ENTREVISTA: Mark Wahlberg fala sobre Uncharted, Tom Holland e bigodes

ENTREVISTA: Mark Wahlberg fala sobre Uncharted, Tom Holland e bigodes

Conversamos com o ator sobre a nova fase de sua carreira e qual o melhor tipo de bigode

Guilherme Jacobs
16 de fevereiro de 2022 - 7 min leitura
Notícias

Com a estreia de Uncharted: Fora do Mapa nesta quinta-feira (17) nos cinemas brasileiros, Mark Wahlberg completa um ciclo. Ele começou como o novo menino em Hollywood (literalmente em filmes como Boogie Nights) e depois passou a ser o protagonista de grandes franquias como Transformers. Agora, ele está abraçando o amadurecimento e passando o bastão para astros como Tom Holland.


Em Uncharted, ele interpreta a figura paterna/mentor do Nathan Drake de Holland, Victor "Sully" Sullyvan. Apesar de viver uma versão mais jovem do personagem do que a vista nos jogos de PlayStation nos quais o filme se baseia, Wahlberg reconhece o papel como uma mudança: ele, agora, é o coadjuvante, o veterano que entra em cena para ensinar o protagonista.


"Eu acho que funciona mais pra mim abraçar o envelhecimento, eu abraço com braços abertos. Eu acho que é uma daquelas coisas que é inevitável de qualquer forma. Já vi outros caras tentando se prender à sua juventude, e eu não sei… Eu prefiro envelhecer bem," Wahlberg disse em conversa com o Chippu. Tento cuidar de mim o melhor que posso, mas amo a ideia de ter sido atrelado ao papel de Nate [Drake] por tanto tempo e passar para o papel de Sully. Eu tenho sorte por ainda conseguir papéis suculentos e poder ter a carreira que tenho no nível que está, ainda fazendo filmes que eu quero fazer. Então sim, sempre foi algo que eu meio que abracei."


Holland é a estrela aqui. Logo após comandar o maior filme de 2021 em Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, ele é a principal chave da Sony Pictures na tentativa de lançar mais uma franquia de ação nos cinemas. Em entrevista recente à GQ, ele elogiou Walhberg como uma "absolute unit", gíria britânica para cara fortão. Apesar de zoar seu aprendiz em Uncharted, Walhberg tem ótimas palavras para o ator.


"[Tom é uma] smaller unit (cara nem tão forte)," ele disse rindo. "Não. Tom é uma fera. Eu acho que é uma daquelas coisas. Ele tem o pacote completo. Ele tem talento. Ele é charmoso, ele é doce, ele é engraçado, tem um ladinho sombrio, ele é físico, ele consegue fazer várias coisas fisicamente. E ele é simplesmente um ótimo ator dramático. Acho que encontrar esse equilíbrio de fazer grandes blockbusters como Homem-Aranha ou Uncharted e filmes menores como Cherry e agora ele fará Crowded Room, que é um dos melhores e mais desejados papéis de Hollywood há 20 anos."


Uma história sobre um homem com 24 personalidades, Crowded Room circula grandes nome há décadas. "Eu estava conversando sobre fazer esse filme quando era mais novo. Leo [DiCaprio] e todas essas pessoas já foram atreladas a isso em algum ponto. Ele está fazendo do jeito certo," Wahlberg disse.


Dono de sua própria série no HBO Max, Mark é alguém consciente de suas fases na carreira. Diferente de Holland, seu crescimento foi mais gradual. "Ter esse sucesso tão cedo sempre foi algo assustador pra mim. Eu sempre achei que devia ir em um papel de cada vez, um grande cineasta por vez. Trabalhar com Penny Marshall, com Scott Kalvert, James Foley, Paul Thomas Anderson, trabalhar com Bill Paxton. Todos esses caras." ele relembrou. "Todos com quem trabalhei, e aprendi, e cresci, até finalmente chegar num ponto onde eu estava confortável sozinho, com meu nome em cima do título, num drama sem nenhuma franquia, num filme original, e ser capaz de carregar isso e convencer uma audiência de que vale a pena gastar o dinheiro sofrido que ganharam para ver num cinema."


Essa longa estrada o levou até Sully (e seu bigode, presente apenas numa das últimas cenas de Uncharted: Fora do Mapa, mas em vista o tempo todo durante nossa entrevista).


"Sully é totalmente sobre o Sully. Ele é super charmoso, convence todo mundo que é o seu melhor amigo, mas está usando todos. Ele é o maestro. Ele é aquele que tá usando todo mundo como peões," ele explicou. "Mas aí você olha embaixo desse exterior duro e percebe que ele tem um coração. E Nate é quem consegue penetrar esse exterior e eles terminam tendo esse relacionamento incrível, que eu acho que é fantástico. E o mais importante, eles fazem por merecer. Eles fazem por merecer ao longo da história, do filme, e da jornada na qual estão."


Curiosamente, até o bigode - tipo de coisa normalmente vista em antagonistas - representa o personagem, para ele. "Pra mim, fazer o bigode e tudo isso foi sempre tão legal, interpretar um cara que, novamente, eu sempre achava que era um vilão mas tinha o potencial de se transformar, de se redimir, algo que eu amei," ele nos disse. "Acho que tem um ótimo arco nesse personagem. Eu ainda preciso trabalhar. Meu bigode não tá saindo tão legal. Não consigo ajeitar os lados da barba, mas eu tô trabalhando nisso. Eu tenho 50 anos, talvez role."


Ele parece preferir outro tipo de bigode porém. "Você tem a voltinha," ele disse ao nosso entrevistador Guilherme Jacobs (ver vídeo acima). "Eu tinha isso antes. Eu amava."

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