Free Guy: Assumindo o Controle - Assistimos à primeira hora do filme de Ryan Reynolds

Free Guy: Assumindo o Controle - Assistimos à primeira hora do filme de Ryan Reynolds

Confira nossas primeiras impressões da comédia de ação sobre videogames

Guilherme Jacobs
26 de julho de 2021 - 5 min leitura
Crítica

Filmes de videogames são difíceis. Isso não é novidade. Já vimos inúmeras tentativas de adaptar jogos para o cinema dando errado e decepcionando os fãs do meio repetidamente. Em grande parte deles, o problema parece ser uma falta de compreensão dos ingredientes essenciais e únicos da experiência interativa. Free Guy - Assumindo o Controle, comédia de ação estrelada por Ryan Reynolds (Deadpool) não é baseado em nada pré-existente, mas curiosamente apresenta uma compreensão fabulosa do que é jogar algo.


A história mostra Reynolds como Guy, um NPC, aqueles personagens não jogáveis usados para popular as cidades e mundos de games como GTA e Red Dead. Sua vida é uma rotina igual e simples todo dia e ele está plenamente satisfeito com a situação, com a exceção do desejo de encontrar o amor verdadeiro. Isso muda quando ele cruza com Mily (Jodie Comer), uma jogadora de Free City - o jogo onde ele existe - na rua. Do nada, Guy começa a se comportar fora dos parâmetros de sua programação, chamando até a atenção dos desenvolvedores e confundindo seus outros amigos NPCs.


Como Guy desenvolve essa consciência de estar num jogo é uma das surpresas e conceitos mais interessantes da primeira hora de Free Guy, disponibilizada pela Disney e 20th Century Studios para o Chippu como parte de um dia de imprensa no qual entrevistamos Chris O’Hara, coordenador de dublês do filme. Por isso, não iremos revelar as surpresas da história aqui, mas podemos adiantar que é uma das sacadas mais legais da narrativa do longa-metragem, dirigido por Shawn Levy (Uma Noite no Museu, Stranger Things).


Podemos, entretanto, falar de como os roteiristas Matt Lieberman e Zak Penn, junto com Levy, apresentam uma excelente compreensão do que é o mundo de um jogo e capturam os elementos mais divertidos disto. Observe o mundo ao redor de Guy e você verá jogadores se comportando exatamente como vemos em universos online, easter eggs espalhados pela cidade, bugs, itens e mais.


Free Guy se inspirou muito em Grand Theft Auto e Fortnite na hora de construir a Free City e podemos ver o resultado disso na tela. Jogadores desses games se sentirão quase numa adaptação dos mesmos, se não em história e nome, em espírito e vibe. Este filme é um bom argumento em favor de menos tentativas de traduzir as narrativas dos jogos para a telona em troca de focar mais em reproduzir a experiência de jogar.


Reynolds é o veículo perfeito para o papel e para Free City. Igualmente besta e cativante, ele consegue fazer tanto o trabalho de um inocente descobrindo novas possibilidades quanto a de alguém genuinamente carinhoso e real. Poucos atores no planeta são tão divertidos e acolhedores na hora de conhecermos um novo mundo quanto ele, e essas características também são importantes para Guy como personagem.


Qualquer um que já passou mais de 30 minutos jogando algum multiplayer sabe como os servidores dos jogos estão repletos de adolescentes agressivos, racistas, xingamentos e negatividade. Free Guy, por sua vez, transforma seu personagem principal num fenômeno global (e virtual) por conta de sua bondade. Ele viraliza por andar na contramão.
Não há sutileza nesse comentário. O roteiro está, diretamente, criticando os ambientes online dos games modernos e a cultura GamerGate, machista e ofensiva que surge de lá. Mas este é um filme sobre um NPC ganhando consciência, uma comédia de ação feita para grandes audiências, famílias e crianças, então isso não é exatamente um problema. Felizmente, estes traços de Guy também servem para o desenvolvimento pessoal de Mily.


Seu arco e seu papel no mundo são importantíssimos para a história e para o coração de Free Guy. Sem spoilers, mas ela está conectada a Keys (Joe Kerry, de Stranger Things), seu antigo parceiro no desenvolvimento de games e agora funcionário de Antoine (Taika Waititi, totalmente sem limites aqui), o presidente da criadora de Free City. Ela não acredita mais no potencial de games (e gamers) como coisas positivas, e ver este NPC sendo bondoso desafia suas conclusões.


A primeira hora de Free Guy termina com diversas promessas cheias de potencial. Mal podemos esperar para ver o resto quando o filme estrear em agosto deste ano.

Nota da Crítica
Guilherme Jacobs

0h 0min
artigodisney

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