X-Men ’97 vence a correria de algumas tramas e dá norte para mutantes no cinema

X-Men ’97 vence a correria de algumas tramas e dá norte para mutantes no cinema

Série do Disney Plus cumpre quase perfeitamente a ousada ideia de continuar a animação dos anos 1990

Alexandre Almeida
15 de maio de 2024 - 6 min leitura
Notícias

X-Men ‘97 partiu de uma ideia bastante ousada. Dar continuação na animação da década de 1990, quase 30 anos depois, era no mínimo inusitado. Entretanto, alguns fatores estavam ao lado da série: a popularidade da animação dos X-Men ainda é grande, sendo uma das adaptações mais cultuadas até hoje. Um cansaço dos filmes dos mutantes live-action que seguiram uma toada não muito boa com X-Men: Apocalipse, Fênix Negra e no esquecido no churrasco: Novos Mutantes. Pra finalizar, os X-Men são os heróis mais esperados (junto com Quarteto Fantástico) para um futuro do Universo da Marvel, vide o hype que está sendo criado para Deadpool & Wolverine e a possibilidade de vermos o estúdio de Kevin Feige comandando os mutantes.

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Para bagunçar um pouco a situação, o roteirista e showrunner da série, Beau DeMayo, foi demitido pouco antes da estreia. O motivo não foi revelado, mas especula-se que teria sido pelo perfil de DeMayo no OnlyFans. Era o barulho que o hype para a série não precisava, mas serviu para os fãs ficarem atentos ao trabalho do roteirista, que já havia escrito um rascunho para o futuro filme de Blade e também foi responsável por episódios de Cavaleiro da Lua.

X-Men ‘97 se provou uma ótima ideia para um período tão conturbado na Marvel. A tal “fadiga” não alcançou a série, já que seu formato era totalmente diferente. A isca era a nostalgia com aqueles X-Men que o público assistia quando criança. Entretanto, as temáticas estavam longe de ser a de uma animação da “hora do almoço” apenas. Um dos fatores mais interessantes nessa retomada é que muita gente esquece que a série original também ia fundo em questões como preconceito, crimes de ódio e perseguições. Essa nostalgia atrelada com a curiosidade aos episódios do passado geraram diversos grupos de discussão, vídeos explicativos e wikis de referências.

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Essa ânsia por contar a história dos X-Men e dessa ameaça crescente envolvendo Bolívar Trask, Gyrich e depois o vilão Bastion, muitas vezes gerou uma estranheza na série. Parecia que faltava um momento de respiro, que as decisões eram muito abruptas ou que as narrativas se embaralhavam. Ao contrário do MCU, onde novas obras perdem tempo explicando o que aconteceu no capítulo passado, X-Men ‘97 quase sempre seguiu o fluxo sem perda de tempo, afinal a enciclopédia para aquele mundo existe e está disponível no mesmo streaming. Se por um lado a série seguia sem grandes explicações de contexto, o que estava acontecendo em tela, quase sempre, era narrado pelos personagens numa clara tentativa de replicar a linguagem da série original, mas que em muitos momentos soava como uma verborragia desnecessária, como nos dois últimos episódios.

Nada disso, entretanto, tira o brilho do arco contado nos oito episódios. Da surpresa em ter os X-Men comandados por Magneto, em um testamento deixado por Xavier, passando pelo genocídio de Genosha e a equipe se fragmentando e tendo que unir forças contra um mal maior. X-Men ‘97 utilizou da melhor forma a ideia dos quadrinhos de refletir sobre o nosso mundo a partir da diferença entre mutantes e humanos. O ápice da série é o quinto episódio, passado na fictícia nação mutante. DeMayo consegue imprimir peso na história sem nunca perder a noção de que é uma trama de super-heróis. A proximidade com temas reais, nunca deixa que o drama propositalmente novelão se perca. Da mesma forma, e isso se repete em vários episódios, a ação também se mistura com esses elementos, tornando as consequências delas ainda mais significativas, como é o caso de Gambit, Vampira e as decisões de Magneto.

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Se a série se perde totalmente no episódio de Jubileu com Motendo ou cria uma barriga desnecessária ao mostrar Xavier com o Império Shi’ar, ela compensa em tramas como a da Vampira buscando Bolívar Trask e o drama de Ciclope e sua paternidade. Aliás, a série devolve ao líder dos X-Men um protagonismo que os filmes, desde Bryan Singer, acabaram quase por completo em prol da popularidade do Wolverine de Hugh Jackman.

X-Men ‘97 é um grande exemplo de como a Marvel pode trabalhar seus personagens de outras formas, sem querer enfiar goela abaixo três ou quatro séries live-action por ano, mais dois ou três fllmes - algo que parece já estar mudando (pelo menos por enquanto). Foi incrível ver que o mundo da série está cheio de outros heróis e que poderemos ver outras animações também com eles, sem necessariamente ser o mesmo personagem do cinema.

Aliás, X-Men ‘97 mostrou o norte para a vindoura adaptação dos mutantes para as telonas. É preciso ir fundo nos temas e não ter medo de colocar alguém de uniforme colorido discutindo genocídio ou racismo. A Marvel já tentou, mas ficou ali por arranhar a superfície. X-Men ‘97 alcança o sucesso de público e crítica exatamente por ir fundo nas feridas.


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