WandaVision: Episódio 7 - Crítica do Chippu

WandaVision: Episódio 7 - Crítica do Chippu

Série chega aos anos 2000 com seu melhor episódio até aqui

Guilherme Jacobs
19 de fevereiro de 2021 - 6 min leitura
Notícias

O texto a seguir contém spoilers de WandaVision


A quebra da quarta parede é uma técnica conhecida em filmes e séries de TV. O seu uso pode muitas vezes ser apenas uma muleta para dar uma variada visual e narrativa em algo que não tem muito a oferecer ou a fonte essencial de onde vem o humor e essência daquela história, como vemos, por exemplo, em The Office. Ao utilizar essa técnica, WandaVision fez algo fascinante ao quebrar a barreira entre personagens e audiência, mas de uma maneira mais curiosa.


É verdade que semana passada já havíamos visto os filhos de Wanda falando com a câmera, mas no sétimo episódio, a série aplica a fórmula de um jeito que parece referenciar Modern Family e entrevista os próprios membros do elenco - Wanda (Elizabeth Olsen), Visão (Paul Bettany), Darcy Lewis (Kat Dennings) sobre os acontecimentos recentes. É uma sacada inteligente porque WandaVision é, também, a série fictícia dentro do MCU através da qual a realidade "perfeita" onde os heróis existem atualmente é apresentada. A SWORD captou até a transmissão dos episódios e acompanhou tudo.


Então, de certa forma, ao falar com a audiência, Wanda não está falando diretamente conosco mas sim com as pessoas fora de Westview, com a SWORD, ou até mesmo com ela mesma. Tudo como uma maneira de processar a situação.


É claro, ainda é a própria Elizabeth Olsen falando com a câmera sobre a série (e a série dentro da série) que nós estamos assistindo. Então ainda está acontecendo uma conversa direta entre audiência e protagonista, mas com camadas diferentes de ficção por cima. Tudo isso deixa mais interessante os momentos "confessionais" dos personagens, particularmente um em que o Visão percebe que está gastando tempo falando com uma câmera quando devia. É o tipo de piada que funciona em mais de um nível por conta da natureza da série.


Os melhores momentos de WandaVision são quando a série usa o formato e as referências de televisão a seu favor (Wanda como a "feiticeira" nos primeiros episódios, o Visão não deixando os créditos do episódio encerrarem uma conversa, Pietro (Evan Peters) sendo reescalado). Quando a série se mostra ciente do ambiente onde existe e das forças que a televisão e seriados têm, é quando ela mais mostra um senso de identidade único dentro da fórmula do MCU, e este sétimo capítulo - batizado de "Quebrando a Quarta Parede"- foi o melhor nesse sentido até aqui.


Mas falando no MCU, esse episódio mostrou mais avanços dentro da história, incluindo a confirmação que Agnes (Kathryn Hahn) é mesmo a vilã Agatha Harkness (algo que todos os fãs já teorizavam há semanas, afinal o nome da personagem era literalmente uma fusão de Agnes e Harkness). Em um flashback, ela revela ter influenciado muitos dos acontecimentos estranhos de Westview até aqui, incluindo a chegada de Pietro - o que indica que ele está sob o controle dela e abre mais possibilidades sobre sua identidade. Será que ele é mesmo o Pietro dos X-Men da Fox, mas está com a mente dominada? Ou ainda podemos continuar com a teoria do Pesadelo? Certamente não parecer ser o Mephisto, pois é difícil imaginá-lo sendo controlado por Harkness.


A revelação se dá após Wanda ser confrontada por Monica Rambeau (Teyonah Parris), que apresentou pela primeira vez poderes e já está com seu uniforme de heroína. Rambeau realmente é a conexão emocional do seriado até aqui. É com ela que os temas ficam claros. Luto. Perda. Negação. A personagem perdeu a mãe, Wanda perdeu o irmão e seu amor. Na verdade, como o Visão aprende de Darcy, Wanda não só o viu morrer duas vezes como foi a responsável por uma das mortes. Harkness parece estar explorando esse luto. O por que, ainda não sabemos.


Tanto o desenvolvimento de poderes de Monica quanto a revelação de Harkness não são grandes surpresas para boa parte da audiência, e a conclusão do capítulo - que tem uma cena pós-créditos - mais uma vez parece ter sido prejudicada pela mudança na quantidade de episódios de seis para nove, com o encerramento acontecendo logo quando as coisas começam a ficar agitadas. Os primeiros minutos de "Quebrando a Quarta Parede" são bem mais quietos e interessados mais no formato (e em quebrá-lo) do que no conteúdo. Curiosamente, esses parecem ser os momentos em que WandaVision é mais forte.

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