Séries de épocas consumam fazer sucesso com um público mais velho, principalmente por trazer um conteúdo e diálogos mais formais. Porém, em 2020, com a chegada de Bridgerton na Netflix, as produções deste gênero despertaram o interesse de um público maior e mais jovem.

A segunda temporada da série sobre a família da alta classe estreia na próxima sexta-feira (25) na Netflix, e conseguiu superar a qualidade do primeiro ano em todos os aspectos.

Nos novos episódios, vemos a história de Anthony, irmão mais velho da família Bridgerton. Perto de completar 30 anos, ele sente a obrigação de se casar e honrar sua mãe e todos os seus irmãos. Assim, Anthony entra na temporada de casamento de Londres, onde atrai o olhar de diversas debutantes.

Como uma grande fã da obra original, não foi fácil tirar os óculos de leitora. Quando a escrita de um livro é tão descritiva e tem cenas tão memoráveis, é difícil não prestar atenção em cada momento modificado na adaptação. E se você é assim como eu, um grande admirador(a) dos livros de Julia Quinn, talvez seja difícil se acostumar com a forma como posicionaram algumas cenas nos novos episódios. Mas algo é certo, os principais e mais importantes acontecimentos da história de Anthony e Kate estão lá, e muito bem executados.

Um dos pontos altos da série é a forma como criaram uma história tão rica para os personagens secundários. Mesmo que cada temporada seja focada em um só integrante dos Bridgerton, o roteiro ainda consegue explorar e dar vida às personalidades diferentes de cada um dos coadjuvantes. Aqui, conhecemos um pouco mais sobre Benedict, segundo irmão da família. Na temporada inicial ele é apresentado como apenas mais uma figura daquela trama, mas agora, conhecemos o verdadeiro Benedict Bridgerton. Ele é apaixonado, tem uma veia artística e também tem problemas de ansiedade que são resolvidos de uma forma bem humorística na série, o que não atrapalha, mas adiciona uma parte cômica no meio dos dramas de Anthony.

Outro fator que acrescentou na qualidade da temporada foi a chegada de Simone Ashley no elenco. Ela consegue entregar a Kate Sharma perfeita, uma mulher determinada e super cuidadosa com sua família. A química entre ela e Jonathan Bailey, ator de Anthony, é extremamente forte, e a entrega das atuações é muito convincente, servindo como uma descoberta maravilhosa da origem da relação entre o casal. Eles começam se odiando, simpatizam um com o outro, voltam para a estaca zero e finalmente entendem que se amam. Diferente do par romântico morno da primeira temporada, os novos episódios estão totalmente dentro do gênero “romance.”

Como dito anteriormente, os fãs dos livros talvez fiquem decepcionados com algumas ideias criativas ao recorrer da temporada. Contudo, essas foram decisões muito inteligentes para o formato de série. Já que esta é uma adaptação de uma saga literária, então seria quase impossível traduzir exatamente como Quinn descreveu as cenas em suas obras.

Já dona de um grande fandom nos últimos anos, a segunda temporada de Bridgerton definitivamente trará ainda mais admiradores a esse universo de época tão glamouroso e dramático. Com boas atuações, arcos de personagens e um roteiro muito bem adaptado, a série se levou para um rumo muito maior nos novos episódios, sem deixar de funcionar como uma produção leve para curtir em um dia cansativo.

"Você deveria assistir" é a coluna do Chippu sobre séries disponíveis em serviços de streamings com o propósito de destacar produções, velhas e novas, dignas de sua atenção. Pérolas escondidas, dicas alternativas e sugestões que podem estar ofuscadas pelos títulos mais óbvios.