Você deveria assistir: Heartstopper

Você deveria assistir: Heartstopper

Heartstopper, nova adaptação literária da Netflix, conta com uma grande relevância aos jovens LGBTQIAP+ ao redor do mundo

Camila Ferreira e Isabella Machado
4 de maio de 2022 - 8 min leitura
Notícias


Heartstopper, nova adaptação literária da Netflix, chega com uma grande relevância aos jovens LGBTQIAP+ ao redor do mundo. No ‘Você deveria assistir” de hoje, a equipe do Chippu trouxe uma conversa com motivos e pontos importantes que fará você prestar atenção nesta nova série teen que tem um grande potencial.


Camila: Aos 16 anos, suas maiores preocupações estão ligadas à nota que vai tirar na prova de matemática e se os sentimentos daquela pessoa, apenas aquela pessoa, são recíprocos. Ok, esses problemas podem não ser tão urgentes como os corriqueiros da vida adulta, mas eles importam.


Heartstopper, nova série da Netflix baseada na saga de quadrinhos homônima de Alice Oseman, acompanha uma história de descoberta e auto aceitação de uma forma sensível, além de servir como uma perfeita adaptação.


Isabella: O enredo gira em torno de Charlie (Joe Locke), um adolescente de 15 anos que após ser “tirado do armário” contra a própria vontade, sofre bullying pelos alunos da escola. Charlie acaba conhecendo Nick (Kit Connor), um garoto mais velho, popular e astro do time de Rugby, mas que diferente dos outros esportistas, não trata o colega mal e acaba criando uma conexão com Charlie. E quem sabe até algo a mais.


As história envolvente desses dois garotos carrega mensagens importantes sobre auto descoberta, amor e amizade de uma forma leve, permitindo que o público consiga se relacionar com os personagens. Quem aí não passou pelas inseguranças da adolescência? Não só Charlie e Nick trazem isso, mas também os coadjuvantes em suas tramas cotidianas.


Camila: Antes mesmo da estreia da série na Netflix, já havia um grande burburinho nas redes sociais, em especial no Twitter. Por ser uma adaptação de uma história já conhecida entre o público jovem, a movimentação até sua estreia foi muito ampla. De acordo com um relatório divulgado pela Variety na segunda-feira (2), Heartstopper foi o maior seriado de streaming mencionado no Twitter durante o último fim de semana.

Com um engajamento de 1,05 milhões, a produção teen está sendo consumida por diferentes faixas etárias. E como os assinantes da Netflix já estão acostumados com suas séries preferidas sendo canceladas a qualquer momento, o medo aqui já é um sentimento presente entre os fãs.

Isabella: O motivo de tanta repercussão? Heartstopper traz na trama personagens com alto nível de identificação e cenas através das quais as pessoas conseguirão entender os sentimentos expressados pelos protagonistas. Se torna muito fácil se conectar quando se tem cenas nas quais é possível sentir a ansiedade de Charlie ao falar com Nick, ou as angústias muitas vezes debatidas pelo personagem. Toda essa representação torna a história ainda mais “vida real”.


Além dos sentimentos relacionáveis, as pautas levantadas pela série deixam ela ainda mais representativa. A jornada do personagem de Locke enfrentando o bullying por sua sexualidade é algo muito válido e importante de ser reparado. Assim como o fato de Elle (Yasmin Finney), uma das melhores amigas de Charlie, ser uma garota trans que passa pela adaptação em um novo colégio só para garotas. O espaço para as pautas LBGTQIAP+ é um grande ponto para muita gente ir atrás e conhecer a série e os livros de Heartstopper.


E Heartstopper não se encaixa nas séries teens da Netflix que estamos acostumados a ver, como Elite, Outer Banks, Eu nunca… A adaptação constrói personagens mais reais e com atores próximos a idade dos jovens da série. Com isso, a trama aborda o amor como algo novo, instigante e curioso, fugindo do padrão relacionado sempre ao sexo e problemas mais “adultos” para os adolescentes que se encontram nos seus 15 e 16 anos.


Camila: Afinal, é muito mais interessante assistir a uma produção em que os atores realmente pareçam adolescentes, o que também gera uma certa identificação.


Outro grande ponto positivo é como a Netflix adaptou os quadrinhos. O streaming possui um grande histórico de falhas na hora de trazer as versões de livros para as telas, mas desta vez, surpreendeu os fiéis leitores de Heartstopper.


A série traz diversos paralelos aos livros, até mesmo com um elenco com traços parecidos com os desenhos da autora. Acho que posso até mesmo dizer que essa é de fato uma das adaptações mais leais dos últimos anos, superando até mesmo as de séries como Bridgerton e Normal People, do Hulu.


Heartstopper, que adapta os dois primeiros volumes dos quadrinhos, conseguiu transmitir em tela a grande essência da história, priorizando os sentimentos conturbados daquele grupo de amigos adolescentes, principalmente Charlie e Nick. Entre as poucas diferenças da adaptação com as HQ’s, está o complexo do Nick com sua sexualidade. Na série, há um grande percurso até eles e entender como bissexual. Mas não entenda isso como algo negativo, pelo contrário, esse longo processo é uma das subtramas mais interessantes da produção, já que conseguimos entender todas as suas frustrações.

Isabella: Acho que podemos concluir, querida Camila, que Heartstopper é uma obra original Netflix que vale muito a pena assistir. A série conseguiu deixar os nossos corações aquecidos e vai te levar de volta para a sua adolescência com esses personagens tão fortes e carismáticos. A primeira temporada está disponível no streaming com oito episódios curtos. Não se tem detalhes da renovação para uma segunda temporada ainda.



"Você deveria assistir" é a coluna do Chippu sobre séries disponíveis em serviços de streamings com o propósito de destacar produções, velhas e novas, dignas de sua atenção. Pérolas escondidas, dicas alternativas e sugestões que podem estar ofuscadas pelos títulos mais óbvios.

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