The Umbrella Academy encerra história do jeito certo, mas deixa muitas pontas soltas
A quarta e última temporada da série chegou à Netflix nesta quinta-feira (8)
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Quando a primeira temporada de The Umbrella Academy chegou à Netflix em 2019, o público não conseguiu deixar de ficar no mínimo curioso pela história dos Hargreeves, como eles conseguiram seus poderes e por que eles precisavam tanto evitar o fim do mundo. No quarto ano, no entanto, quando o enredo ainda é “evitar o fim do mundo”, a história já começa, no mínimo, cansativa.
Felizmente, a série acerta por saber que é a hora de parar. Em vez dos clássicos dez episódios dos outros anos, agora o showrunner e criador Steve Blackman investiu em apenas seis, suficientes para dar o encerramento que mais faz sentido dentro da produção. Ao mesmo tempo que a escolha de final seja a correta, The Umbrella Academy ainda sofre para chegar lá.
Na quarta temporada, começamos com os irmãos Hargreeves vivendo separados, sem seus poderes, até se depararem com Jean (Megan Mullally) e Gene Thibedeau (Nick Offerman), dois professores que acreditam nas diferentes linhas temporais e querem buscar a “Purificação” para que apenas a verdadeira linha temporal continue existindo. A chave disso? Os Hargreeves, é claro, mas especialmente Ben (Justin H. Min) e uma nova personagem chamada Jennifer (Victoria Sawal).
Introduzir personagens novos tão importantes em uma temporada final com menos episódios é arriscado, mas as inserções em The Umbrella Academy são bem feitas e necessárias para a história. O quarto ano finalmente explica, por exemplo, por que Ben morreu na linha do tempo original – algo do qual nenhum dos Hargreeves se lembrava de verdade.
Jean e Gene são excêntricos e um bom alívio cômico para a história. A mitologia envolvendo Jennifer, no entanto, acaba sendo apresentada de forma bem superficial. Afinal, se você começar a pensar muito sobre ela, as pontas soltas aparecem aos montes. É aí que a quarta temporada falha.
Em vez de ir direto ao ponto, o roteiro cria novos problemas e histórias que não são bem desenvolvidas. Os personagens sempre tomam o caminho mais difícil, quando parece ter algo óbvio bem em frente. Isso sem falar em enredos extras que são encaixados no meio sem qualquer propósito e que são quase ofensivos a todo o desenvolvimento anterior da série [Cinco (Aidan Gallagher), estou falando com você].
O grande problema do encerramento, então, é querer decorar demais uma história que deixaria o público satisfeito com o simples. A cena final, inclusive, prova isso. É emocionante e aposta nos clássicos flashbacks para relembrar os fãs da trajetória para chegar até ali. Talvez seja uma decisão proposital para distrair o público do "como". Às vezes é melhor apenas ceder à nostalgia.