The Mandalorian volta a Mandalore para episódio mais grandioso da terceira temporada - Crítica com Spoilers

The Mandalorian volta a Mandalore para episódio mais grandioso da terceira temporada - Crítica com Spoilers

Retorno de Moff Gideon traz com si revelações bombásticas para a luta entre mandalorianos e imperiais

Guilherme Jacobs
12 de abril de 2023 - 8 min leitura
Notícias

O texto abaixo contém spoilers para "Os Espiões", penúltimo capítulo da quarta temporada de The Mandalorian. Repitam comigo: MANDOOOOO!

Quem lê essas críticas semanais pode atestar para o fato de que eu tenho sido mais positivo em relação à temporada atual de The Mandalorian do que a maioria. Ainda sim, eu reconheço os efeitos negativos de afastar o foco da dupla Din Djarin (Pedro Pascal) e Grogu em nome de mais personagens, alguns interessantes como Bo-Katan (Katee Sackhoff) e alguns, nem tanto. Tendo dito isso, "Os Espiões," penúltimo capítulo do terceiro ano da série de Star Wars, é um retorno às alturas de temporadas passadas, alcançando o nível de empolgação, humor e narrativa visto nos melhores momentos dessa jornada até aqui.

O capítulo começa nos dando o primeiro vislumbre de Moff Gideon (Giancarlo Esposito) desde sua prisão. Após receber novidades de Elia (Katy M. O'Brian), o imperial vai discutir o Projeto Necromante — codinome para a iniciativa criação de clones do Imperador Palpatine que um dia gerará Snoke e servirá para trazer, de alguma maneira, de volta o velho Sith — e nos dar uma explicação do estado atual dos vilões de Star Wars. Há aqueles investindo na clonagem, como Brendol Hux (vivido por Brian Gleeson e claramente parente do General Hux, personagem de seu irmão Domhall Gleeson na trilogia sequel), há aqueles que esperam o suposto retorno do Grande Almirante Thrawn (esses terão que esperar até agosto quando Ahsoka estrear) e há aqueles, como Gideon, impacientes para a chegada de um novo líder, ou a volta de um antigo.

Plenamente investido na contínua destruição e domínio dos mandalorianos, Gideon recebe recursos como homens e naves para tentar completar o purgo de Mandalore, aproveitando para atacar quando Din, Bo-Katan, a Armeira (Emily Swallow) e os outros remanescentes voltarem para seu planeta natal após uma breve estadia em Navarro, onde Grogu basicamente se torna um piloto de mecha ao receber de presente a carcaça de IG-11 com um espacinho para piloto — a cena onde ele descobre os botões de "Sim" e "Não" está entre as mais engraçadas de toda a série. E sim, a voz ainda é a de Taika Waititi.

Mesmo com as tensões entre os Filhos do Olho e os mercenários, representadas pela inimizade entre Paz Vizsla (Tait Fletcher) e Axe Woves (Simon Kassianides), Bo-Katan inicia a missão de retomar Mandalore e a visão de toda a frota mandaloriana pairando acima das nuvens é de arrepiar, sugerindo, de fato, um novo começo para o grupo. Na superfície, eles descobrem de sobreviventes que ficaram para trás (liderados pelo capitão interpretado por Charles Parnell) a monstros gigantes, mas juntos conseguem chegar até a Grande Forja, ou o que sobrou dela. O caminho tem seus desafios e desavenças, e Grogu faz talvez seu ato mais significativo como personagem ao separar Paz e Axe quando estes finalmente trocam insultos por socos, mas a vitória parece garantida quando, no subsolo, eles ouvem o barulho de mais jetpacks se aproximando. Há, lá embaixo, ainda mais mandalorianos? Já guardando a forja, prontos para os recebê-los?

Tais esperanças se revelam vãs. Na verdade, uma nova geração de Death Troopers, equipados com tecnologia de voo e armaduras de beskar (está explicado o beskar encontrado no transporte de Gideon) os espera, e um grande tiroteio se desenrola pelo subsolo do planeta, mas eventualmente os heróis parecem tomar controle do combate e forçam os imperiais a recuarem. Infelizmente, isso era uma armadilha. Din acaba separado do grupo, cercado por Death Troopers que lhe prendem e parecem prontos para tirar sua vida. Para o crédito da direção de Rick Famuyiwa, sequência oferece um dos únicos vislumbres de risco real na série. É difícil imaginar Din morrendo, mas a ansiedade ao vê-lo enforcado pelos cabos inimigos é palpável, e é engrandecida pela chegada de Gideon, equipado com sua própria armadura mandaloriana e um capacete marcante. Ao seu redor, uma grande base do Império, cheia de TIE Fighters e soldados. Mandalore nunca esteve abandonado.

Os roteiros de Jon Favreau nessa temporada têm tido mais altos e baixos do que o comum, e boa parte dos problemas vêm de tentativas frustrantes de conectar a história dos mandalorianos com outras tramas da época em Star Wars. Apesar de ter sido interessante, por exemplo, o episódio em Coruscant pouco acrescentou em termos dramáticos, servindo apenas o propósito de nos lembrar quem é Elia e nos revelar a presença de espiões na Nova República. Se, porém, tivéssemos apenas a notícia da fuga de Gideon e depois o reencontrássemos aqui, tudo teria corrido de forma mais suave. A apropriação cultural e militar de Mandalore é uma intrigante e brutal maneira de fazer o que Favreau tanto tentou nessa temporada; isto é, colocar os mandalorianos e o que restou do Império em nova rota de colisão.

Gideon, descobrimos, estava preparando seus próprios mandalorianos. Após levar Din para interrogatório, ele envia as naves para eliminar a frota na atmosfera, e o grupo de Bo-Katan precisa lutar para escapar com vida do lugar. Eles conseguem graças ao sacrifício de Paz Vizla, que até derrota os últimos Death Troopers presentes no local mas não sobrevive à chegada da guarda Praetoriana, com seu vermelho típico banhando os capacetes de beskar. O corte de seu corpo morto no chão para os créditos pontua a grandiosidade do episódio. Passamos duas temporadas com meras migalhas do que eram os mandalorianos em seu ápice, e na terceira finalmente vimos o que acontece quando eles se organizam. Nosso investimento emocional na ressurreição de Mandalore significa que a presença de Gideon no planeta, já instalado como um líder, já equipado com beskar e com todas as armas voltadas para os últimos mandalorianos vivos, se torna desesperadora.

É uma pena que mais da temporada não tenha harmonizado os temas e circunstâncias dessa maneira, mas Favreau, Fumuyiwa e companhia merecem crédito por terem construído bem, passo a passo, o esforço de restaurar Mandalore, ao ponto de nos dar um gostinho da possibilidade de ver o planeta voltar à vida e quebrar nosso coração com a volta de Gideon, mais poderoso do que nunca. Claro, Bo-Katan fugiu, a Armeira está no espaço e Din não foi morto. Sabemos que há um Mitossauro nas Águas Vivas, e mais um episódio antes do fim da temporada. Conhecendo Star Wars, é de se esperar que algum êxito venha no finale, mas a derrota de "Os Espiões" é necessária para tornar a eventual reviravolta mais poderosa.

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