Star Wars: The Bad Batch - Episódio 3 - Crítica do Chippu
Terceiro capítulo da série animada traz alguns dos momentos mais sombrios de Star Wars
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Este texto contém spoilers de "Substitutos", o terceiro episódio de Star Wars: The Bad Batch
Não há outro momento tão sombrio na saga de Star Wars quanto os dias, meses e anos imediatamente após Vingança dos Sith e o surgimento do Império de Palpatine. Por isso, não é uma total surpresa que The Bad Batch tenha tantos momentos de escuridão, mas ainda sim, é impressionante o quanto essa série animada está disposta a mostrar a dura realidade na qual esse universo existe após a Ordem 66. "Substitutos," o terceiro episódio desta primeira temporada, é duro de assistir.
Dividindo seu tempo entre os Mal Feitos e a jovem Omega tentando sair de uma lua deserta e a formação do novo esquadrão de Crossfire debaixo do comando de Tarkin, este capítulo troca de marcha constantemente entre a luz e a escuridão. Por um lado, temos a clone criança descobrindo mais sobre os perigos do universo, mostrando sua coragem e bondade, e encarando os medos. Por outro, vemos o antigo membro da Clone Force 99 se submetendo completamente à frieza e brutalidade imperial.
Os Mal Feitos, e até certo ponto a própria série, parece manter a esperança de que todas as decisões de Crosshair estão sendo influenciadas pelo chip imperial plantado em sua cabeça. O grupo ainda quer descobrir a natureza dessa tecnologia e entender se é isso que define quem eles são, ou se os clones tem uma personalidade verdadeira independente dos experimentos pelos quais passaram.
Isso deixa Bad Batch com duas saídas. A série pode culpar tudo no chip e tira a agência dos clones, o que tornaria os atos de Crosshair perdoáveis mas seria devastador para os outros personagens. Entretanto, conhecendo Dave Filoni, a segunda opção - afirmar que o chip afeta, mas que cada soldado tem sim uma consciência própria - é mais provável. Ela vai gerar mais drama, pois responsabilizará o sniper por seus atos, incluindo ordenar a morte de civis e assassinar um membro do seu time que o questionou, dando ao resto dos Mal Feitos a chance de crescer em sua própria identidade.
Essas perguntas de livre-agência, identidade e programação são o grande cerne de Bad Batch até agora. É conteúdo pesado e o episódio sabiamente adiciona uma aventura bem mais leve para os mocinhos. O grupo fica preso numa lua com uma espécie de lagarto que se alimenta de energia elétrica. Omega e Hunter se responsabilizam por encontrar a criatura e recuperar a fonte de poder necessária para a nave decolar e, mais uma vez, a garota tem um gostinho da vida fora da bolha enquanto se recusa a ceder à violência como única solução dos problemas.
É até destoante ver como os dois arcos desse episódio são diferentes. O contraste entre um ex-herói assassinando civis e uma jovem clone descobrindo a galáxia pode ser um pouco estranho às vezes, mas Filoni sabe que Star Wars precisa sempre de esperança, e Omega, escolhendo não matar o dragão mas sim usar seu intelecto para cumprir a missão, representa isso.
Enquanto isso, Tarkin continua explorando a possibilidade de abandonar os clones e recrutar os soldados que um dia virão a ser chamados de Stormtrooper, tudo isso com base na ideia de que a lealdade deles, como algo orgânico, será algo superior à programação genética. Por enquanto é difícil enxergar um argumento a favor de abandonar os clones, mas sabemos para onde a história vai e será interessante ver a série justificar as decisões imperiais.