
Estúdios de cinema e empresas manipulam notas do Rotten Tomatoes, diz reportagem
Texto revela práticas para moldar notas de acordo com estratégias das distribuidoras

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Uma reportagem do site Vulture revelou práticas de estúdios e empresas para manipular notas no site agregador de críticas de filmes Rotten Tomatoes, que se tornou ao longo dos anos um dos maiores influenciadores de bilheteria e aprovação de projetos em Hollywood.
A matéria conta como a empresa de publicidade em cinema Bunker 15 conseguiu alavancar a nota de Ophelia, um drama de 2018 baseado em Hamlet e estrelado por Daisy Ridley. O longa estreou no Festival de Sundance daquele ano com uma nota 46, no agregado das primeiras críticas, abaixo da média de 60 que o site define para dar o certificado de "tomate fresco", principal marca de qualidade a um filme.
De acordo com a apuração do Vulture, o Bunker 15 teria feito lobby com diversos críticos de sites menos conhecidos, mas que ainda são monitorados pelo Rotten Tomatoes, a escrever críticas mais favoráveis ao longa, o que teria sido crucial para aumentar sua nota para 62, o que o colocou acima da nota de corte do Rottean Tomatoes.
O texto também diz que a Bunker 15 paga críticos para fazerem textos mais favoráveis. A reportagem procurou o Rotten Tomatoes, que teria tirado vários dos filmes representados pela agência da plataforma em resposta. Em comunicado, o RT afirmou que "leva a integridade das notas a sério e não tolera tentativas de manipulação".
A reportagem também discorre sobre como as notas do agregador têm ditado movimentações comerciais em Hollywood, com notas baixas geralmente condenando um filme a baixas bilheterias e determinando quais produções independentes são adquiridas por distribuidoras em festivais.
Isso teria levado grandes estúdios a tomar práticas para manter notas altas o suficiente até a semana de estreia do filme, como no caso de Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, que teria estreado com uma nota 79 graças a uma estratégia da Disney de exibir o filme primeiro a sites de fãs e críticos mais favoráveis a filmes de super-herói. Depois que mais críticas chegaram ao agregador, a nota caiu para a casa dos 40, mas o filme já havia sido lançado nos cinemas com uma arrecadação de US$ 106 milhões.
Da mesma forma, marqueteiros da indústria ouvidos pela reportagem afirmam que a Disney teria errado ao lançar Indiana Jones e a Relíquia do Destino no Festival de Cannes, o que teria contribuído para as notas baixas do filme por cerca de um mês e meio até a sua estreia, quando mais críticos assistiram o longa, levando sua nota para a casa dos 69. A estratégia teria contribuído para o desempenho abaixo da média do filme na bilheteria.
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