Prestes a estrear simultaneamente no Brasil e Portugal, documentário Retratos Fantasmas, dirigido por Kleber Mendonça Filho de Aquarius e Bacurau, foi selecionado para a edição deste ano do prestigiado Festival de Cinema de Nova York. Com isto, os produtores do filme estão iniciando sua campanha para a pré-indicação ao Oscar.

Desde sua estreia internacional em maio no Festival de Cannes (onde assistimos ao filme), Retratos Fantasmas já participou de festivais em Munique, Syndey e Melbourne. Agora, com a ida a Nova York, um dos eventos considerados como precursores da temporada de premiações, o filme almeja representar o Brasil no Oscar como a escolha do país para disputar uma indicação na categoria de Melhor Filme Internacional.

“Com a carreira que ‘Retratos Fantasmas’ vem construindo, e com o que ainda será divulgado fora do Brasil, creio que devemos submeter o filme como representante do país no Oscar. Faz parte do trabalho e vamos onde o filme vai”, diz a produtora Emilie Lesclaux.

Neste fim de semana, Retratos Fantasmas também abre o Festival de Gramado no dia 12 de maio.

No Brasil, Retratos Fantasmas terá pré-estreias nas próximas duas semanas começando no dia 14 de agosto no lendário Teatro do Parque em Recife (os 800 ingressos esgotaram em minutos e uma sessão extra foi adicionada). O filme entra em cartaz no Brasil, e em Portugal, no dia 24 deste mês, com exibições antecipadas em 40 cidades no fim de semana antecedendo a data.

Com tons de ensaio visual, Retratos Fantasmas usa imagens de arquivo e novas filmagens para traçar a história dos cinemas de ruas do Recife, do auge de popularidade até o estado atual das salas.

Assistimos a Retratos Fantasmas no Festival de Cannes. Em sua crítica, o recifense Guilherme Jacobs destacou o filme como uma "volta para casa" e disse: "Entendendo cinema como exercício de memória — um registro do tempo passado e dos vultos agora esquecidos — Retratos Fantasmas começa com um segmento no apartamento da mãe de Kleber, onde o cineasta morou e filmou diversos projetos, para nos introduzir à ideia de uma conexão visceral entre a arte cinematográfica e a crônica de um ambiente. Como ele mudou? O que surgiu nele? Quem passou por ali? Como eram seus arredores? Poético e reflexivo em sua narração, o diretor de Bacurau e Aquarius traça paralelos entre modificações estruturais e pessoais, usando o cinema como ponte entre essas duas vias. Assim, Retratos Fantasmas logo se apresenta como o filme mais pessoal do diretor."

Continue lendo a crítica aqui.