Ramón Valdés: 100 anos do eterno Seu Madruga
Querido por todos, Ramón é uma lenda do cinema mexicano
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Poucas séries estrangeiras fizeram tanto sucesso no Brasil quanto Chaves. Criado, roteirizado, atuado e dirigido por Roberto Gómez Bolaños, o seriado já fazia sucesso no México, quando chegou ao Brasil em 1984.
A maioria do elenco era de atores da TV, sendo muitos comediantes amadores que chegaram às telas justamente pela parceria com Roberto. Só que um deles era diferenciado. Ramón Valdés, o Seu Madruga, já era consagrado, sendo 'filho' da chamada Era de Ouro do Cinema Mexicano. Com mais de 50 filmes no currículo, ele atuou com lendas das telas, como Cantinflas e Pedro Infante.
Nascido em 2 de setembro de 1924, Ramón viu sua família se envolver não apenas com o cinema, mas também com a comédia. Seus irmãos, Tin Tan e El Loco Valdés, são considerados gênios do humor mexicano até os dias de hoje. Em uma família assim, não tinha como o pequeno 'Moncho', como seus pais o chamavam, não seguir por esse caminho.
Mesmo com uma carreira impressionante nas telonas, foi nas telinhas que Ramón deixou a vida para ser abraçado pela eternidade. Junto a Roberto Bolaños, ele integrou o clássico humorístico Os Supergênios da Mesa Quadrada, em que debatiam temas cotidianos com um humor ácido e passou a ser figurinha carimbada nos programas do Chespirito, como Chaves e o Chapolin Colorado.
Simpático com todos os amigos de elenco e fãs pelas ruas, Ramón era tido com muito carinho por todos. Mais do que companheiros de trabalho, Edgar Vivar (Seu Barriga), Carlos Villagrán (Kiko) e Angeline Fernández (Dona Clotilde) se tornaram amigos pessoais. Edgar, inclusive, era vizinho e ia ao trabalho de carona com Ramón para o estúdio. Ele contou que em sua última visita ao amigo no hospital, Valdés o chamou e disse: "Seu Barriga, não poderei mais pagar o aluguel".
Infelizmente, ele foi acometido por dois tumores malignos, um no pulmão e outro no estômago, sendo que este último se espalhou para a coluna vertebral, levando Ramón a falecer em 9 de agosto de 1988, aos 63 anos.
Neste centenário de Ramón Valdés, que o eterno Madruguinha - ou Mamá, para os íntimos - seja lembrado como um talento fenomenal que concluiu sua missão de trazer alegria para diversas gerações pelo mundo.