
Quentin Tarantino precisa parar no 10º filme? É o fim?
Diretor abandonou The Movie Critic e vai escrever nova história para encerrar a carreira

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O aguardado 10º e último filme de Quentin Tarantino não vai mais acontecer. Pelo menos não agora, e nem com The Movie Critic. O diretor abandonou a ideia após meses trabalhando e reescrevendo o roteiro, que seria uma viagem de volta aos tempos de Tarantino trabalhando colocando revistas pornográficas em máquinas de compra automática — estilo aquelas de refrigerante e snacks. A história seria inspirada em um crítico pouco conhecido que escrevia grandes análises de cinema para uma dessas revistas pornô.
Alguns dizem que Tarantino já havia abandonado o projeto há muito tempo e trabalhava em um spin-off de Era uma Vez em... Hollywood, com Brad Pitt de volta como Cliff Booth. Mas essa ideia também foi para a lixeira.
Há muitos anos Quentin Tarantino afirma que vai parar em seu décimo filme. O diretor conta os dois Kill Bill como apenas uma história.
“Eu conheço a história do cinema e daqui em diante os diretores não ficam melhores”, disse ele em uma entrevista. "Trabalhando por 30 anos fazendo o número de filmes filmes que eu fiz, não são tantos quanto outras pessoas, mas é uma longa carreira. É uma carreira muito longa. E eu dei tudo o que tenho"
Durante o lançamento de Os Oito Odiados, Tarantino voltou a falar sobre parar de fazer filmes e disse que a forma com que quer ser lembrado é o grande motivo para isso. "Quero ser lembrado como um dos cineastas mais bem-sucedidos que já viveram. Quero ser um dos maiores artistas, não apenas um dos melhores cineastas."
Então, o que Tarantino vai fazer depois do último filme?
A verdade é que Tarantino nunca foi apenas um diretor de cinema. Assim como Scorsese e Spielberg, por exemplo, o cineasta por trás de Pulp Fiction é um aficionado pela sétima arte e alguém que procura o tempo todo valorizar o passado e trazer para suas obras o máximo de referências possíveis. Então, essa busca pelo golpe final de Tarantino na telona é algo que parece alimentado pela própria persona artística dele e de seus fãs.
Tarantino é um contador de histórias. Se ele realmente abdicar da direção, continuaremos vendo seu trabalho em roteiros para cinema, TV e livros. Além de Cinema Speculation, ele já havia lançado a versão romantizada de Era uma vez em... Hollywood e prepara uma continuação focada em Rick Dalton, personagem de Leonardo DiCaprio.
Ou quem sabe veremos o diretor nos teatros, já que Os Oito Odiados é montado em seis atos como uma peça teatral. Ter o nome de Quentin Tarantino em um outdoor na Broadway geraria filas quilométricas.
Escrever para outros diretores é um caminho que poderia funcionar. Foi assim no início da carreira dele com Amor à Queima-Roupa. Tarantino escreveu o filme e entregou para Tony Scott. Os direitos foram comprados e com o valor, Tarantino conseguiu financiar e produzir seu primeiro filme, Cães de Aluguel.
Assistir a Amor à Queima-Roupa é como provar do melhor de dois mundos. A história é a cara de Tarantino, com um jovem que trabalha em uma loja de quadrinhos, louco por Elvis, conhecendo uma prostitua por quem acaba se apaixonando. Os dois então se envolvem numa trama com mafiosos e muita violência. Por outro lado, Tony Scott coloca seu tempero na ação e na direção, tornando o filme uma amálgama única.
O mesmo aconteceu em Um Drink no Inferno. Tarantino foi contratado para escrever o filme e começou então sua parceria com Robert Rodriguez, que gerou ainda projetos como Grindhouse, com Planeta Terror e À Prova de Morte. Tarantino também dirigiu um segmento de Sin City, filme de Rodriguez, e o amigo compôs a trilha de Kill Bill – Vol. 2 pelo valor simbólico de um dólar.
O caminho para a TV é outro que está aberto para Tarantino. Sua paixão por Star Trek, por exemplo, é gritante e a possibilidade de ter o diretor no comando de algo no universo das séries sempre anima os fãs. Os dois episódios que escreveu e dirigiu em CSI, “Grave Danger”, são considerados por muitos como os melhores da longínqua série.
Com nomes como Park Chan-wook, Tim Burton, Fernando Meirelles, fora os já citados Scorsese e Spielberg, se envolvendo com streaming e TV, além das notícias de que a Warner teria vontade de fazer um grande investimento em um material de Tarantino, não seria um espanto ele parecer nos letreiros da HBO ou da Max, por exemplo.
A verdade é que o grande circo em torno do tão falando último filme de Quentin Tarantino é uma preocupação que parece mínima se compararmos ao mundo de possibilidades que ele pode seguir. É apenas um aposto ao lado do nome da obra que ele virá a escrever e dirigir.
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