Quem diria que juntar dois atores de comédia da terceira idade com uma jovem popstar seria o fruto de uma das melhores séries de comédia da atualidade? A primeira temporada de Only Murders in the Building mostrou a força que Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez têm juntos, e os primeiros episódios do segundo ano da produção reforçam este trio como um dos mais engraçados e mais improváveis da TV norte-americana nos últimos anos.

Já assistimos aos dois primeiros capítulos do segundo ano da série. De cara, percebe-se como a série fica mais inteligente a cada momento.

A segunda temporada começa onde a primeira termina. Após o misterioso assassinato de Bunny (Jayne Houdyshell) no apartamento de Mabel (Gomez), o trio é interrogado e decide continuar seu podcast Only Murders in the Building, agora para descobrir quem foi matou a senhora mais insuportável do prédio Arconia.

Confrontando o passado

A vida de Mabel foi marcada por diversas tragédias e ela quer fazer de tudo para se libertar de todo esse passado traumático - afinal, ela descobriu o assassinato de Tim Kono, seu amigo de infância, e presenciou a morte de sua vizinha. Com a série, Selena Gomez provou ao público geral que mesmo ao lado de duas lendas da comédia, ela é capaz de se sustentar com uma ótima atuação e equilibra a produção com um ar jovem e divertido, atraindo um público mais novo. A personagem está também se descobrindo como pessoa. Vemos Mabel lidando com muitas questões e inseguranças. A garota quer levar o seu futuro mais a sério.

Mabel não é a única lidando com o passado nesses novos episódios. Também descobrimos um pouco como foi a infância de Charles (Martin), que é o personagem mais reservado do trio. Os acontecimentos de seus primeiros anos de vida e sua família são muito mais importante do que pensamos para compor toda a história do segundo ano da produção.

Já Oliver (Short), terceiro personagem principal da trama, continua ali para servir como o maior alívio cômico da série, e tem um envolvimento um pouco quanto esquisito com Amy Schumer. Interpretando a si mesma, sua presença talvez seja a pior decisão de Only Murders. Com piadas e referências que não tiram nem um sorriso do rosto, a comediante é uma distração desnecessária nos dois primeiros episódios. Talvez ela tenha sido adicionada ao elenco para fazer o público suspeitar dela como o novo assassino do prédio, mas é certeza que de sua personagem não virá nada de bom.

Cara Delevingne, por outro lado, é uma surpresa positiva na trama. Até o momento, é desconhecida a história de Alice, sua personagem, mas ela chega com uma personalidade muito forte e sua presença é notada em toda cena. Delevingne e Gomez contam com uma química absurda, muito maior do que o interesse amoroso anterior de Mabel.

Only Murders in the Building continua um ótimo entretenimento e parece ter encontrado a sua fórmula para deixar o público ainda mais confortável com os personagens, até mesmo passando a sensação que também somos moradores no Arconia e vivemos nesta paródia de um condomínio onde todo mundo se detesta.