Em reunião com acionistas na última quinta-feira (19), a Netflix entrou em mais detalhes da medida que colocará em prática para cobrar usuários que compartilham senhas com pessoas de fora de sua residência. Além de oferecer uma previsão de quando isso deve começar, a empresa entrou nas razões por trás da decisão.

Na reunião, além de superar as expectativas de novos assinantes e anunciar a saída do fundador Reed Hastings, a Netflix afirmou que começará a pôr em prática a função de bloquear o compartilhamento de senhas nos EUA até abril deste ano, e depois partirá para outros países.

"Parte disso é motivado por razões econômicas. Parte do que estamos tentando fazer é garantir que estamos sendo ativos e encontrando as faixas de preço corretas, seja em termos de contas individuais ou na adição de um membro extra. E obviamente o plano com propagandas nos dá uma opção mais barata, voltada para o consumidor, nos países em que temos propagandas" disse Greg Peters, que assumiu a posição de co-CEO da Netflix com a saída de Hastings.

Depois, ele deu a segunda razão: "Parte é o que chamamos de compartilhamento casual, que são pessoas que podem pagar, mas não pagam simplesmente porque não precisam, então estão pegando emprestado a conta de outra pessoa. Nosso trabalho é lhes dar um empurrãozinho e criar recursos que deixam a transição para sua própria conta fácil e simples."

Como a Netflix bloqueia o compartilhamento de senhas?

Nos testes, a Netflix permitiu aos usuários acessar o serviço em seu laptop, smartphone ou tablet enquanto estiver viajando, mas só será possível usar a plataforma numa televisão fora de sua por duas semanas sem pagar a taxa. Esse período grátis só será válido para um local cada ano. Depois, a televisão será bloqueada a não ser que o usuário pague.

Como as Casas são detectadas?

Segundo a Netflix, endereços de IP, IDs de aparelhos e atividade da conta serão usados para determinar as Casas. A Netflix diz que se um usuário usar um aparelho dentro da mesma Casa e receber a mensagem de que excedeu o limite de locais, ele deve conferir se está na mesma conexão de internet dos outros aparelhos ou se há algum VPN ligado.

Atualmente, os termos de serviços da Netflix dizem que é proibido compartilhar senhas com pessoas fora de sua residência. No último ano, a plataforma começou um teste na Costa Rica, Peru e Chile no qual usuários que compartilhavam a senha tinham que pagar uma taxa pelo usuário extra. O preço, em conversão direta, chegava a R$ 15.

A Netflix estima que 100 milhões de residências compartilham senhas com pessoas de outras residências. Destas, 30 milhões estão na América do Norte.

"Parte disso é motivado por razões econômicas. Parte do que estamos tentando fazer é garantir que estamos sendo ativos e encontrando as faixas de preço corretas, seja em termos de contas individuais ou na adição de um membro extra. E obviamente o plano com propagandas nos dá uma opção mais barata, voltada para o consumidor, nos países em que temos propagandas" disse Greg Peters, que assumiu a posição de co-CEO da Netflix com a saída de Hastings