Naomi - Primeiras Impressões
Episódio inicial da nova série da CW é decepcionante
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São poucas as séries da CW que se salvam hoje em dia. Superman & Lois e Dinastia, por exemplo. Esse, porém, não é o caso de Naomi, produção baseada nos quadrinhos da DC que estreou hoje (27) na HBO Max.
A história de Naomi é descrita como a de uma adolescente divertida e confiante que é apaixonada por HQ. Quando um evento sobrenatural acontece em sua pequena cidade, sua vida vira de cabeça para baixo. O mais engraçado, entretanto, é que as características da personagem atribuídas na sinopse estão longe de ser verdadeiras. Naomi, vivida por Kaci Walfall, é a garota mais desinteressante desse mundo.
A forma como é mostrado o lado fangirl de Naomi pelo Superman, o seu ídolo é divertida, no entanto, ela conta com uma personalidade que já vimos diversas vezes em shows teens. Perfeitinha demais, parece que não há nada de errado em sua vida, quando na verdade, ela está em busca de sua história real, já que foi adotada ainda bebê. Quando o mundo se desmorona ao seu lado, a garota conta com uma superioridade fantasiosa, através da qual acredita que consegue resolver qualquer problema no mundo.
A produção se diz uma criada para o público adolescente, mas os roteiristas parecem não entender o gênero. Assim como Riverdale, outra produção da CW, Naomi conta com uma dinâmica nada real entre os personagens, como a filha que tem vergonha alheia dos pais por fazer uma piada ou um cumprimento não usado mais hoje em dia, e até mesmo estereótipos bobos do ensino médio. Com tantos exemplos de séries teens atuais que acertam na representação dos personagens, como We Are Who We Are (HBO) e Young Royals (Netflix), Naomi deixa a desejar.
A protagonista pode ser até interessante nos quadrinhos, mas sua intérprete não passa o mesmo sentimento. Sendo uma produção feita por Ava DuVernay, responsável pela adaptação de Uma Dobra no Tempo e a fantástica minissérie Olhos Que Condenam, esperava-se muito mais. O que a diretora realmente conseguiu acertar é na grande representatividade da produção e a questão da militância do autoconhecimento feminino, que é caracterizada de uma forma interessante na produção.
O piloto acaba com Naomi perguntando ao seu mentor “quem sou eu?”. Vemos a personagem em sua forma mais vulnerável, pedindo ajuda para se encontrar no mundo. Há motivos para acreditar numa evolução da heroína durante a sua jornada em busca de descobrir sua origem e poder, mas ainda falta muito para a produção se tornar algo bom.