Magazine Dreams, filme com Jonathan Majors, perde distribuidora

Magazine Dreams, filme com Jonathan Majors, perde distribuidora

Searchlight não vai mais lançar o filme estrelado por ator envolvido em caso de agressão

Bruno Silva
17 de janeiro de 2024 - 6 min leitura
Notícias

A Searchlight Pictures abdicou dos direitos de distribuição de Magazine Dreams, drama estrelado por Jonathan Majors. A desistência do estúdio, que é parte do conglomerado da Disney, aconteceu uma semana após o ator ser declarado culpado por um júri no caso de agressão a sua ex-namorada, Grace Jabbari.

De acordo com a Variety, os direitos agora voltam aos cineastas, que estão livres para colocar Magazine Dreams no mercado. O filme foi adquirido no último Festival de Sundance e tinha lançamento previsto para o fim de 2023 nos EUA, mas acabou adiado indefinidamente com o desenrolar do caso judicial envolvendo Majors.

Majors interpreta Killian Maddox, um fisiculturista amador que ingere seis mil calorias por dia e treina freneticamente para realizar seus sonhos de se tornar profissional, como seu ídolo, o bodybuiler campeão Brad Vanderhorn (Michael O'Hearn). Killian, porém, tem acessos de raiva e problemas de saúde mental que lhe deixam profundamente violento e perigoso, para os outros e para si mesmos.

Taylour Page (Zola), Hariet Sansom Harris (Licorice Pizza) e Haley Bennett (Sete Homens e um Destino) completam o elenco do filme, dirigido e escrito por Elijah Bynum.

Relembre o caso

Majors foi julgado culpado em 6 de fevereiro por agressão, assédio e assédio grave. Ele pode passar até um ano na prisão.

O júri de seis pessoas chegou à conclusão de que Majors é culpado de uma acusação de agressão de terceiro grau e de uma acusação de assédio. Ele foi inocentado da segunda acusação de agressão e da segunda acusação de assédio.

O incidente do dia 25 de março teria começado depois da meia noite, quando Majors e Jabbari retornaram num jantar e ela viu uma mensagem no celular do homem dizendo "como eu queria te beijar." Ela então pegou o celular e ele removeu seu dedo à força, segurando e torcendo seu braço e batendo na sua orelha. A defesa argumentou que Jabbari foi a agressora, apontando para um rasgão na roupa de Majors e que os ferimentos poderiam ter acontecido em outros lugares, como na boate onde estava dançando ou no apartamento onde Majors disse a ter encontrado depois que passou a noite num hotel.

Ao longo do processo judicial, a ligação feita por Majors para o 911, número dos serviços de emergência dos EUA, no dia do incidente foi divulgada. Nela, ele diz que encontrou Jabbari inconsciente em seu apartamento quando chegou nele na manhã após o incidente. Questionado na ligação, ele disse achar que tratava-se uma tentativa de suicídio. Depois, ele afirmou que não sabia o que havia acontecido.

Em outra prova analisada, uma gravação de uma briga em setembro de 2022 mostrou Majors criticando Jabbari por seu consumo de álcool e dizendo que ela devia ser como Coretta Scott King ou Michelle Obama, e admitindo ser explosivo: "Meu temperamento e minhas m... mas tendo dito isso, eu sou um grande homem. Um grande homem. Eu estou fazendo grandes coisas, não só para mim, mas por minha cultura e pelo mundo."

Além deste, uma mensagem de texto revelou Majors encorajando Jabbari a não buscar ajuda médica depois que ela sofreu uma lesão na cabeça em Londres, no ano passado, durante um incidente não especificado. "Eu acho que você não tem ideia do que pode acontecer se você for ao hospital," ele disse na mensagem.

Voltando ao dia do incidente: Imagens da câmera corporal dos policiais entrando no apartamento e um vídeo de Majors "jogando" (segundo os promotores) ou "colocando" (segundo a defesa) Jabbari no seu carro foram analisados. Um vídeo de Jabbari correndo atrás do carro de Majors também foi exibido. A mulher disse que foi atrás dele para saber com quem ele estava trocando mensagens.

Durante todo o processo, Majors se recusou a testemunhar sob juramento.

Nos argumentos finais a defesa apresentou toda a história como um caso inventado e mais uma evidência do destrato da polícia norte-americana com homens negros, enquanto a promotora do distrito de Manhattan, Kelli Galaway, destacou quatro simples palavras que, resumem tudo: controle, dominação, manipulação e abuso.

Em abril, a mulher ganhou uma medida de proteção cautelar, na qual Majors não pode ter nenhum tipo de contato com ela, de forma direta ou por meio de terceiros.

A defesa do ator apresentou supostas provas de que não houve agressão e Priya Chaudhry, então advogada de Majors, divulgou um comunicado afirmando que o caso é uma "caça às bruxas" e que o tratamento dado ao ator, a quem ela se refere como "um homem negro de 100kg", realça o "viés racial que permeia o sistema criminal americano".

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