Loki: Lamentis - Crítica do Chippu

Loki: Lamentis - Crítica do Chippu

Terceiro episódio tira o pé do acelerador e foca nos Lokis

Guilherme Jacobs
23 de junho de 2021 - 5 min leitura
Notícias

Este texto contém spoilers para Lamentis, terceiro episódio de Loki


Todo mundo respirou? "Lamentis", o terceiro episódio de Loki, é quando a série tirou o pé do acelerador e deixou os personagens respirarem e se conhecerem, fazendo o mesmo conosco por tabela. Ao longo de 45 minutos, Loki (Tom Hiddleston) e Lady Loki, agora conhecida por Sylvie (Sophia Di Martino) caminham pelo apocalipse causado quando o planeta cujo nome é o título do capítulo e sua lua se chocam, deixando pra trás zero sobreviventes. Não há muitas respostas para perguntas misteriosas, a construção de mundo dá lugar ao diálogo e interações, e vemos como as variantes são diferentes (e semelhantes).


Começando imediatamente após a conclusão do segundo episódio, "Lamentis" mostra Sylvie entrando na Autoridade de Variância do Tempo (AVT) e tentando alcançar os Guardiões do Tempo. Loki a segue e os dois entram em combate, até serem encurralados pela Juíza Renslayer (Gugu Mbatha-Raw), única personagem fora as variantes a aparecer aqui. Loki ativa o Time-Pad para levá-los até outro apocalipse e leva a dupla até a lua terminal.


Agora, eles estão presos (apesar de facilitar viagem no tempo e espaço, o Time-Pad tem bateria) e precisam descobrir um jeito de fugir dali antes de se juntarem à extinção iminente. Você já conhece a fórmula. Duas pessoas que não se gostam são forçadas a trabalhar juntas e e acabam descobrindo semelhanças entre si. A interação entre os Lokis é interessante, particularmente porque Di Martino confirma a primeira impressão de ser capaz de contracenar bem com Hiddleston, por sua vez sempre divertido e cativante. A atriz faz um bom trabalho de acompanhá-lo no humor e sagacidade, apresentando similaridades com nosso Loki (pensamento rápido, planejamento) mas sem perder seus próprios traços (mais irritada, tendendo à violência).


O roteiro também equilibra bem as duas coisas. Em determinado momento de respiro, Loki e Sylvie compartilham alguns detalhes de sua vida - ela abandonou o nome Loki, ele tem memórias carinhosas com a mãe, ambos são bissexuais - mas a decepção é que, na conclusão deste episódio, não há o sentimento de progresso no seu relacionamento. Para piorar, os minutos finais - compostos por um dinâmico plano-sequência - sofrem de algo visto em WandaVision: a sensação de que os créditos entraram no meio de uma cena. Não há epílogo, nada com a sensação de conclusão, apenas um gancho.


Loki não parece ter sofrido de mudanças na edição como WandaVision, mas é impressionante ver esse traço em comum nas séries da Marvel. Loki havia, em seus primeiros dois capítulos, escapado da sensação de "filme de 6 horas" presente especialmente na segunda metade da história da Feiticeira Escarlate e durante quase todo Falcão e o Soldado Invernal, mas aqui o problema volta a assombrar as produções do estúdio. São os primeiros passos errantes de gente aprendendo a fazer televisão, mas ainda é um problema.


Outro fator prejudicial a "Lamentis" é que, enquanto a relação entre Loki e Sylvie (e a química entre seus respectivos atores) é divertida, ela não chega aos pés do que vemos entre Hiddleston e Owen Wilson no papel do Agente Mobius. Aquela dinâmica foi a melhor parte do seriado até aqui e deixá-la de lado tão rápido não foi a melhor decisão. É inevitável comparar as duas parcerias e chegar à conclusão de qual é a mais divertida de assistir.


Ainda sim, "Lamentis" é divertido. Como o segundo episódio, há a sensação total de algo como Doctor Who - a viagem no tempo e espaço para outro planeta, sociedade e situação. Mesmo sem expandir muito o mundo - a única informação nova relevante é que os agentes da AVT não foram criados pelos Guardiões do Tempo, mas são humanos cuja memória foi apagada, reforçando a teoria de Loki de que os Guardiões são, simplesmente, mentirosos - o terceiro capítulo ainda consegue ser divertido. Colocar dois bons atores e personagens para interagir em meio a um ambiente único e visualmente criativo significa ter uma rede de segurança forte.


Mesmo o episódio mais fraco ainda é divertido quando se acompanha Loki.

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