Você deveria assistir: For All Mankind explora intrigas em versão alternativa da corrida espacial
Série da Apple TV+ chega a sua terceira temporada em 10 de junho
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O que aconteceria se os soviéticos tivessem pisado primeiro na Lua, em vez dos astronautas americanos Neil Armstrong e Buzz Aldrin? Essa é a questão que dá o pontapé inicial de For All Mankind, série de ficção científica que estreou na Apple TV+ em 2019. Como toda produção que propõe uma versão alternativa da História, uma de suas maiores curiosidades é imaginar como um único acontecimento poderia ter mudado tudo. Mas sua principal sacada é saber explorar as vidas pessoais dos protagonistas de forma tão eficiente quanto a dos avanços científicos e tecnológicos.
A série se inicia nos anos 1960, quando os EUA são pegos de surpresa pelos soviéticos, que colocam pela primeira vez um homem e, em questão de meses, a primeira mulher na Lua. O evento causa um impacto enorme no governo americano, que, pressionado, acaba estendendo a corrida espacial ao longo dos anos.
Como consequência, os americanos acabam montando a primeira base lunar da humanidade e, como forma de contra-atacar os soviéticos, também manda mais mulheres ao espaço, o que torna a presença feminina ainda maior em cargos de destaque na NASA. A segunda temporada, que dá um salto para a década de 1980, aprofunda as disputas ideológicas entre os dois blocos pelo comando da Lua, sem deixar de lado os dramas dos protagonistas.
A terceira temporada, que estreia no serviço da Apple na próxima sexta-feira (10) e que o Chippu teve acesso antecipadamente, dobra a aposta ao dar ainda mais espaço a esses momentos, em mais um salto temporal em relação ao ano anterior, agora nos anos 1990, com todas as atenções voltadas para a próxima fronteira da colonização espacial: o planeta Marte.
Enquanto americanos e soviéticos se preparam para fazer a viagem interplanetária, um terceiro grupo emerge tentando ultrapassar as agências estatais: a empresa Helios Aerospace, liderada por Dev Ayesa (Edi Gathegi), um visionário com toques de Elon Musk que consegue recrutar a dupla Karen e Ed Baldwin (Shantel VanSanten e Joel Kinnaman, respectivamente) - ela, vindo de um fracasso de sua companhia de turismo orbital; ele, insatisfeito com os rumos tomados pela NASA comandada por Margo (Wrenn Schmidt).
Ronald D. Moore, criador da versão moderna de Battlestar Galactica (2004), comanda em For All Mankind uma produção de primeira do ponto de vista da fotografia e da computação, que consegue aliar sensibilidades artísticas e preocupação com o roteiro a uma grande fidelidade com o que acontece em uma viagem espacial de verdade, ao mesmo tempo que consegue injetar tensão e drama com o que é vivido na pele pelos personagens na tela.
O primeiro episódio já é uma grande prova disso, em que um problema gravitacional no primeiro hotel espacial já feito, criado pela empresa de Karen, sofre uma falha potencialmente catastrófica em seu sistema de gravidade artificial, que deixa os hóspedes imobilizados enquanto a tripulação luta para tentar resolver o problema antes que seja tarde.
Enquanto as viagens a Marte ainda parecem uma realidade distante no nosso mundo, For All Mankind nos aproxima do que a era da exploração espacial fez de melhor no nosso imaginário coletivo: dar a capacidade de sonhar com as estrelas, sem deixar de lado aspectos importantes da vida na Terra e, em especial, as pessoas que conduzem essas missões que mudam a História.
"Você deveria assistir" é a coluna do Chippu sobre séries disponíveis em serviços de streamings com o propósito de destacar produções, velhas e novas, dignas de sua atenção. Pérolas escondidas, dicas alternativas e sugestões que podem estar ofuscadas pelos títulos mais óbvios.