Cannes 2022: 5 melhores filmes que competiram no Festival

Cannes 2022: 5 melhores filmes que competiram no Festival

Comédias absurdas, dramas autobiográficos e (muito) cinema asiático estão entre os melhores filmes do evento

Guilherme Jacobs
31 de maio de 2022 - 5 min leitura
Notícias

Com o Festival de Cannes agora para trás, é justo dizer que a seleção de filmes em competição para a Palma de Ouro (vencida por Triangle of Sadness) foi uma das melhores em memória recente. Entre títulos que certamente figurarão no Oscar como Armageddon Time e novos lançamentos de diretores renomados como Decision to Leave, não faltaram ótimas opções para quem atendeu ao evento. Aqui, listamos os cinco melhores.


5 - R.M.N (Cristian Mingiu):
A melhor palavra para descrever R.M.N, o novo filme do cirúrgico cineasta romeno Cristian Mingiu, é profundo. Suas cenas são repletas de camadas visuais, convidando a audiência a deixar seus olhos passeando pelo cenário enquanto novos detalhes são descobertos, sua trama, simples em essência, é uma flor venenosa lentamente se abrindo e revelando um fruto perigoso no interior. Este é o tema da obra - xenofobia, racismo e preconceito entranhados na veia do povo da Romênia. Mingiu retrata sua terra natal com o pessimismo de alguém que parece ter desistido, então ele nos mostra como uma pessoa chega nesse momento. Crítica completa.


4 - Armageddon Time (James Gray):
Desde o sucesso de Roma, cineastas do mundo inteiro têm replicado a fórmula do “filme sobre sua própria juventude” com diferentes níveis de sucesso. Kenneth Branagh, Richard Linklater e (estreia em novembro) Steven Spielberg para citar alguns. Mas onde Alfonso Cuáron acertou ao se colocar de lado e focar numa figura formadora de sua vida, seus contemporâneos se colocam no coração da narrativa, mas quase sempre servem apenas como portas através das quais a audiência irá descobrir aquele mundo. Paul Graff (Banks Repeta), a versão fictícia de do diretor James Gray em seu excelente Armageddon Time, também cumpre essa função, mas diferente de outros exemplos deste “gênero”, ele é um personagem completo. Como consequência, a obra inteira é enriquecida. Crítica completa.


3 - Triangle of Sadness (Ruben Östlund):
Ruben Östlund já é uma comodidade conhecida em Cannes. Vencedor do prêmio da categoria Un Certain Regard com Force Majeure e da Palma de Ouro com The Square, o perspicaz diretor sueco retornou ao Festival este ano com o excepcionalmente divertido e comicamente desconfortável Triangle of Sadness. O título se refere à área entre as sobrancelhas, onde o nariz termina, e ao triângulo formado nela quando uma pessoa franze a testa. Esse é um dos motivos frívolos pelos quais Carl (Harris Dickinson) perde um trabalho como modelo masculino, e revela os interesses do cineasta nessa nova comédia de absurdos. Crítica completa.


2 - Broker (Hirokazu Koreeda):
É difícil ser uma pessoa quebrada. Sentir o abandono, a rejeição e solidão provenientes de uma falha muitas vezes invisível em nosso ser. Algo que somos incapazes de identificar. Por que somos deixados para trás? Falta alguma coisa para sermos desejáveis, ou ao menos tolerados? Broker, o gentil, triste e lindo novo filme de Hirokazu Koreeda é protagonizado por uma série de pessoas assim. Gente que, como vidro derrubado, foi estilhaçada e agora se vê perdida no quebra-cabeças da vida, sem lugar para encaixar. Mas a magia dessa emocionante jornada sobre famílias encontradas pelo caminho está ao reconhecer o quão especial é o momento no qual nossos vazios são preenchidos pela ânsia por conexão de outro alguém. Alguém tão familiar com essa ausência quanto nós mesmos. Crítica completa.


1 - Decision to Leave (Park Chan-wook):
O que é Decision to Leave, o novo filme de Park Chan-wook (Oldboy, A Criada)? Será uma história de investigação romântica, ou um romance investigativo? O fenomenal diretor sul-coreano constrói algo único com seu primeiro longa-metragem em seis anos - uma obra que não combina os dois gêneros tanto quanto os unifica, deixando as pistas do assassinato e os olhares apaixonados se tornarem um só. Aqui, o “vai ou não vai” diz respeito ao casal principal e a resolução do caso. Corações se partem não só pela culpa criminosa, mas também - ou ainda mais - pela culpa mentirosa. Crítica completa.

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