EXCLUSIVO: Guillermo del Toro explica a magia do circo em O Beco do Pesadelo
Filme entra em cartaz nesta quinta-feira (27) no Brasil
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O Beco do Pesadelo parece, à primeira vista, diferente dos filmes de Guillermo del Toro. Sem monstros, fantasmas ou kaijus, o suspense - um remake de O Beco das Ilusões Perdidas, dirigido por Edmund Goulding em 1947 e baseado no romance de William Lindsay Gresham de 1946 - aparenta fugir do trabalho tradicional do diretor vencedor do Oscar. Mas, ao entrar no mundo do circo, o cineasta mexicano, encontrou um universo tão rico e profundo em detalhes quanto outras dimensões e planetas.
“O parque de diversões itinerante é uma sociedade incrivelmente unida e hermética,” del Toro explicou em material publicado com exclusividade no Brasil pelo Chippu. “É um lugar onde as pessoas guardam seus segredos, e muitos estão fugindo de uma vida de crime ou escapando de um passado que tiveram que deixar para trás. E ainda assim, elas formam uma sociedade forte. É quase como um microcosmo do mundo. Todos estão lá para enganar a todos. Mas, ao mesmo tempo, eles sabem que precisam uns dos outros, e protegem uns aos outros.”
Para criar este espetáculo de bizarrices e pessoas interessantes, del Toro e equipe não observaram com cuidado apenas o texto original de Gresham, como também clássicos do cinema. O Destino Bate à Sua Porta, favorito do diretor, foi referência, assim como Monstros, dirigido por Ted Browning em 1932.
“O Beco do Pesadelo homenageia a importância de Monstros”, disse o produtor J. Miles Dale, frequente colaborador de del Toro, destacando o filme, considerado um dos mais controversos da época por ter artistas reais de circo. “Browning mostrou que quando você olha os bastidores do parque, o que se vê são apenas pessoas normais dependendo umas das outras, amando umas às outras e fazendo parte de uma família. Isso se encaixa muito bem com a narrativa de Guillermo”.
Leia nossa crítica de O Beco do Pesadelo, de Guillermo del Toro
Com todas essas referências em mão, del Toro reuniu um time de conhecidos; O diretor de fotografia Dan Lausten, com quem ele trabalhou em seus últimos dois filmes, A Colina Escarlate e A Forma da Água; Luís Sequeira, figurinista de A Forma da Água e da série The Strain, produzida por Guillermo; Cam McLauchlin, editor em A Forma da Água, Colina Escarlate e O Círculo de Fogo; Tamara Deverell, designer de produção com que já colaborou com ele novamente após o filme, na série Guillermo del Toro's Cabinet of Curiosities, a caminho da Netflix em 2022.
A equipe literalmente construiu um circo no set, escolhendo um terreno baldio em Toronto onde ergueram uma roda-gigante, um carrossel, casa de diversões e diversos palcos. Deverell se uniu à Armbruster Manufacturing, fabricante de barracas e tendas mais antigas dos Estados Unidos, para o trabalho.
O resultado é palpável. Fantasioso ou não, O Beco do Pesadelo conta com inúmeras camadas de textura, cheiros, cores e sons. O público brasileiro pode enfim desfrutar desta criatividade junto com o elenco formado por Bradley Cooper, Rooney Mara, Cate Blanchett, Willem Dafoe e Toni Collette no filme, em cartaz nos cinemas a partir desta quinta-feira (27).