A série nacional original da Fox Premium, Impuros, junta grandes nomes da televisão brasileira em uma produção impecável. Aqui vemos a história de Evandro (Raphael Logam), um jovem da favela carioca que pretende criar um futuro melhor para sua família. Mas quando seu irmão mais novo é morto pela polícia, ele vai atrás de vingança, ganhando notoriedade do comando de sua comunidade.

Em pouco tempo, Evandro do Dendê se torna o líder do tráfico local, colocando a vida de sua mãe Arlete (Cyria Coentro) em perigo. Com a fama, ele acaba atraindo interesse ao policial Victor Morello (Rui Ricardo Dias), que fará de tudo para ver o bandido atrás das grades.

Logo nos primeiros episódios, descobrimos que esta é uma série sobre relacionamentos, sobre família, e não apenas sobre tráfico de drogas. A história não possui um herói ou vilão, pois cada um aqui é o mocinho de seu ponto de vista.

No último mês, o Chippu teve a oportunidade de conversar com Rui Ricardo Dias, André Gonçalves, João Vitor Silva e Karize Brum, do núcleo principal da série, antes mesmo da estreia da terceira temporada, que chegou em 31 de agosto no Star+.

O segundo ano da produção acaba com uma grande reviravolta, deixando o telespectador ansioso para os próximos eventos. Em um momento de grande tensão familiar, Geisa (Lorena Comparato), esposa de Evandro, coloca todos em perigo. Segurando uma arma, pronta para atirar e prestes a cometer um crime. A terceira temporada começa no segundo em que o disparo é feito.

“É uma característica do roteiro de Impuros, sempre colocar um desfecho muito, muito bom, para querer saber o que aconteceu, ou se é um grande plot twist, o que vai acontecer. Eu tive muitas dúvidas até receber a resposta”, comentou Brum quando perguntamos sobre o enredo final do ano anterior da produção.

Impuros trabalha muito bem a construção de todos os personagens, sempre deixando o telespectador ansioso para descobrir os seus próximos passos. “Um ponto muito positivo da série são os ganchos dos personagens, de fechamento, e desde o começo funciona muito bem. É um privilégio das séries terem essa capacidade de fazer sempre um fim que chama para outro começo”, diz Gonçalves.

Logo na primeira temporada, conhecemos um pouco o relacionamento entre Morello e sua filha Inês (Brum), que se torna um dos grandes pontos centrais de toda a trama. A garota não se sente compreendida pelo pai, e aos poucos, se rebela, se tornando uma versão muito diferente da personagem do início da série. Assim, Morello terá de enfrentar um dilema quando a filha se apaixona por alguém que não devia. Ele autorizará o relacionamento que afasta a filha das drogas, ou vai intervir, usando o namorado como um informante para se aproximar de seu rival, o Evandro?

“Ele é um pai ausente. O Morello é um outsider, ele é uma dessas figuras que não conseguem se relacionar com ninguém. Ele não conseguiu se relacionar com a mãe da Inês e não consegue se relacionar com outra mulher, ele não tem amigos, ele não tem ninguém. E, de repente, é obrigado a cuidar da filha, e isso também é um caminho de aprendizado de algum tipo de evolução do Morello”, diz Dias sobre o seu personagem.

Por fim, o elenco reforçou a esperança de que a história de Impuros não acabe na terceira temporada. “A guerra contra o tráfico não muda absolutamente nada em nenhum lugar no mundo. O crime só aumentou no Brasil, a violência só aumentou no Brasil. Eu espero que tenha dez [temporadas] para que a gente possa dar, de alguma maneira, refletindo a nossa existência, o nosso cotidiano, a nossa sociedade de um modo geral”.