Parece que acabou a esperança Coiote vs. Acme, o híbrido de live-action e animação que estava em desenvolvimento dentro da Warner Bros. e tem roteiro James Gunn e Samy Burch. O filme, quase finalizado, foi cancelado pelo CEO David Zaslav para fins de abater impostos, e segundo o ator Will Forte, os fãs provavelmente não terão a chance de vê-lo.

"Eu sei que muitos de vocês não tiveram a chance de ver nosso filme, e infelizmente, parece que vocês nunca terão," ele disse, direcionando a mensagem ao elenco e equipe do filme. "Quando eu escutei que nosso filme estava sendo 'deletado', eu ainda não tinha o assistido. Então eu pensei o que todo mundo deve ter pensado: isso deve ser uma porcaria. Mas aí, eu assisti. E é incrível."

"Super engraçado o tempo todo, visualmente incrível, doce, sincero e emocionante de um jeito muito merecido. Quando os créditos começaram, eu fiquei sentado pensando como fui sortudo de fazer parte de algo especial assim. Isso rapidamente virou confusão e frustração. Esse é o filme que eles não iam lançar?," ele continuou, no Instagram, eventualmente concluindo que todos os envolvidos no projeto ficariam orgulhosos se o vissem.

Sobre o que é Coiote vs. Acme?

Na história, que tem base no artigo cômico "Coyote v. Acme" escrito Ian Frazer para o New Yorker em 1990 (leia aqui), Wile E. Coyote, clássico personagem dos Looney Tunes, decide processar a fabricante Acme por conta de seus produtos defeituosos, que nunca funcionam na hora dele capturar o Papa-Léguas. Ajudado por um advogado cuja carreira estava indo ladeira abaixo, Coiote vai para o tribunal.

O plano original da Warner Bros. era cancelar o filme para obter um abatimento de imposto, como fez com o infame cancelamento do filme da heroína da DC Comics, que já estava em pós-produção. No caso de Coiote vs. Acme, que custou US$ 70 milhões para o estúdio, a situação era ainda pior: o filme estava pronto.

Inicialmente, a Warner também proibiu o diretor Dave Green e os produtores, que incluem James Gunn (também um dos roteiristas), de levar o filme a outro estúdio que talvez estivesse disposto a lançá-lo. Isso mudou, e o estúdio chegou a ouvir ofertas, mas recusou todas. A Warner recebeu críticas duríssimas dentro da indústria e por fãs diante da atitude mercenária de cancelar um projeto pronto, e reverteu a decisão de proibir seu lançamento para amenizar a reação.

A Warner rejeitou ofertas de Amazon e Paramount, que tentaram adquirir o filme para lançá-lo. O estúdio queria valores mais altos do que os oferecidos pelas outras empresas, e depois de recusar as propostas iniciais, não aceitou novas tentativas.

Foi revelado que Zaslav, nunca sequer viu o filme, e os chefões da Warner Bros. Pictures, Michael de Luca e Pam Abdy, não viram um corte final, então é debatível o quanto o estúdio realmente considerou vendê-lo. Agora, Coiote vs. Acme deve sumir à la Batgirl.