Opinião: Baymax incorpora a simplicidade de seu personagem para criar a série mais fofa do Disney+
Com seis episódios curtinhos, série animada estreou nesta quarta-feira (29)
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Baymax não tem um design complicado. Com cinco ou seis formas ovais você pode desenhar seu corpo, e então basta traçar uma linha entre dois pontos para a face (•—•). A maior estrela do filme animado Operação Big Hero, lançado no Natal de 2014, o robô enfermeiro é o foco da primeira série do Disney Animation no Disney+, que, apropriadamente, é simples. São seis episódios de 7-12 minutos focados em diferentes pacientes de Baymax ao redor de San Fransokyo com muito coração, qualidade de animação e alguns momentos tocantes.
A série é, de fato, bem básica. Se você acha Baymax divertido no filme, ela oferece mais dele e suas qualidades. A fórmula é a mesma em todos os curtas: o robô identifica o ferimento ou doença de alguém (normalmente a cena mais engraçada dos episódios são os pacientes tentando esconder a necessidade de tratamento para não lidar com Baymax) e passa a tratá-los, sempre cometendo alguns tropeços divertidos no caminho, e quase acidentalmente, Baymax consegue tratar algum trauma emocional das pessoas. Suas perdas, medos e ansiedades vêm à tona e, na sua inocência, Baymax mostra como eles podem lidar com isso.
"Eu achei que a série ia oferecer algumas histórias divertidas onde nós simplesmente conhecemos um paciente e nos divertirmos com o Baymax ajudando eles," o criador da série, Don Hall, disse em coletiva com o Chippu e outros veículos. "Para mim, isso é a Disney no seu melhor: coração e humor, e muito coração," adicionou o produtor Roy Conli. "Eu fiquei muito impressionado com Cirocco Dunlap, nosso roteirista, que chegou e imediatamente entendeu a alma de Operação Big Hero e entendeu a alma de Baymax."
Os resultados variam de competentes até quase emocionante. Não espere aquele derramar de lágrimas de algumas animações da Disney, mas algumas interações - como Baymax ajudando uma idosa a lidar com a viuvez e uma pré-adolescente a encarar a primeira menstruação - são fabulosas e feitas com muito cuidado. Outras, como um episódio envolvendo um gatinho, se salvam apenas por causa das piadas. Ajuda, também, a duração curta.
A simplicidade de design e personalidade de Baymax significa que não há muito potencial narrativo para explorar ali, especialmente longe do resto dos personagens de Operação Big Hero (Tia Cass é o foco de um episódio e Hiro aparece em cenas pós-créditos em todos os capítulos), e a Disney Animation, ciente disso, sabiamente identificou o formato de curta como o mais apropriado para a série. Se tentassem fazer algo maior, Baymax provavelmente se tornaria cansativo, entediante e repetitivo. Mesmo aqui, em alguns momentos, o combustível parece acabar.
Felizmente, o último episódio, que traz de volta todos os pacientes anteriores e faz até alguns comentários engraçados sobre Baymax ("ele te mostrará seu maior medo," a velhinha do primeiro curta fala), termina num ponto alto com a inversão da estratégia. Agora, Baymax precisa de ajuda. Hiro também é mais participativo nesse aqui, e em termos de animação - um ponto no qual a série inteira acerta - ele é um dos mais criativos.
Não há segredo em relação a Baymax - série ou personagem. O que você vê - a fofura, charme e diversão - é o que está lá. Nessa produção, a Disney Animation sabiamente identificou essas características e entendeu a melhor maneira de explorá-las. Esse não é um seriado revolucionário, mas para quem gostou de Operação Big Hero ou tem filhos, é uma ótima, engraçada e honesta oportunidade de passar tempo com um dos amigos mais carismáticos dos filmes da Disney.