As Tartarugas Ninja: Caos Mutante traz franquia de volta à vida com humor e animação de ponta - Crítica

As Tartarugas Ninja: Caos Mutante traz franquia de volta à vida com humor e animação de ponta - Crítica

Animação renova as Tartarugas com quarteto carismático e comédia afiada de Seth Rogen

Thiago Romariz
27 de julho de 2023 - 4 min leitura
Notícias

As Tartarugas Ninja é daquelas franquias que dificilmente alguém não gosta. São adolescentes mutantes que gostam de pizza, artes marciais, filhos de um rato de esgoto e batalham contra alienígenas e grandes corporações. É curioso, porém, que as últimas adaptações para o cinema tenham sido sequestradas pelo véu sombrio e realista de muitas marcas.

Os filmes produzidos por Michael Bay perdiam a essência que fez os quadrinhos e as séries de TV, em suas inúmeras edições, se destacarem tanto. Eis que chega Seth Rogen e seu time de roteiristas com As Tartarugas Ninja: Caos Mutante, uma comédia que acerta em cheio ao apostar no humor adolescente do quarteto e num estilo de animação que enche os olhos e enaltece o lado fantasioso da franquia.

Dirigido por Jeff Rowe, conhecido pelo excelente A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, o filme reconta a história das tartarugas contaminadas por um elemento radioativo. Agora gigantes e falantes, elas viraram ninjas treinados por outro ser evoluído, o rato chamado de Mestre Splinter (o lendário Jackie Chan). A diferença aqui é que os irmãos (e seus dubladores) Leonardo (Nicolas Cantu), Raphael (Brady Noon), Michelangelo (Shamon Brown Jr.) e Donatello (Micah Abbey) são literalmente adolescentes, como o título em inglês ("Teenage") deixa claro. As piadas são em sua maioria feitas entre eles.

Pelo humor, eles tirando sarro de seus irmãos, expressam inseguranças sobre fisionomia e aceitação, e o senso de heroísmo parte, antes de mais nada, de um desejo de impressionar os outros — ou uma garota como April O’Neil (Ayo Edebiri). Ao redor desse tema, o roteiro de Rogen abraça as referências contemporâneas não só no texto, ao falar sobre Marvel e BTS, como também inclui o comportamento atual de uma geração que vive conectada à internet.

Esse aspecto não é o único elemento cômico do filme, que se monta como uma grande aventura entre crianças. Rowe aproveita o estilo gráfico parecido com animações modernas como Aranhaverso e Gato de Botas para emular sequências mirabolantes, mas bem mais sóbrias do que o material que o inspirou. A loucura visual fica mesmo com o visual dos personagens, especialmente os vilões — Bebop (Rogen), Rocksteady (John Cena), Leatherhead (Rose Byrne), Superfly (Ice Cube), Mondo Gecko (Paul Rudd) e Genghis Frog (Hannibal Buress) entre outros — e coadjuvantes, que parecem caricaturas animadas.

É um design que parece surgir de uma conversa entre personagens de Rogen cuja filmografia inclui comédias de absurdos como Superbad, Festa da Salsicha ou Vizinhos. É daí, também de onde vêm as piadas para a geração millennial, com clássicos dilemas entre pais e filhos. Brincadeiras sobre morar na casa dos pais, referências a Ferris Bueller e vídeos clássicos ao estilo Kung-Pow povoam o divertido roteiro de Rowe, Rogen e Evan Goldberg.

A curta duração e a forma leve como apresenta uma mitologia cheia de possibilidades torna Caos Mutante o início de um adorável universo animado nos cinemas. E mesmo que carregue ar de uma sitcom na tela grande, o ritmo imposto pela direção de Rowe combina tão bem com o texto de Rogen e Goldberg que ao final da projeção a ansiedade por um novo episódio é imediata. Em um mundo onde sequências e universos expandidos são cada vez mais cansativos, é louvável ver um produto que mesmo tendo tudo ali dentro, não precisa se apoiar nisso para ser relevante ou atrativo.

3.5/5

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