De acordo com uma matéria do Hollywood Reporter, há executivos em Hollywood tratando como possibilidade real uma venda da Disney para a Apple. Tal aquisição, que seria gigantesca dentro da indústria, já foi especulada durante anos. Desta vez, porém, o negócio parece mais sério.

Uma das fontes da publicação explicou que, por mais que muitos ainda não deem crédito para a ideia, a Disney poderia considerar vender partes da empresa para diminuir seu tamanho e facilitar uma possível venda, retirando um pouco da pressão que o órgãos do governo americano, por exemplo, colocariam para rejeitar tal acordo.

Pouco tempo depois, Bob Iger, CEO da Disney, deu uma entrevista à CNBC (onde criticou as greves em Hollywood) e disse que elementos como os canais de televisão linear da Disney (Disney Channel, FX, ABC) "talvez não sejam essenciais" para a empresa, sugerindo estar aberto a vendê-los. Nos últimos meses, desde que Iger retornou para o posto de CEO e encontrou uma Disney muito mais frágil (bilheteria decepcionando, lançamentos do Disney+ com queda de audiência, executivos veteranos de saída) do que a gigante que ele deixou em fevereiro de 2020, essa proposta tem recebido mais e mais atenção.

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Segundo o Hollywood Reporter, a Disney poderia também vender sua presença na Índia, através do streaming Hotstar, e o National Geographic. A matéria não cita, mas rumores de que a Disney pensa em vender a ESPN também têm crescido.

Então, há a relação entre Apple e Disney. Steve Jobs foi parte do conselho da Disney de 2006 até sua morte em 2011, e logo depois, Iger entrou no conselho da Apple, onde permaneceu até 2019 quando a maçã lançou o serviço de streaming Apple TV+, efetivamente virando uma competidora da Disney.

Com valor de mercado de US$ 2.8 trilhões, e US$ 62 bilhões em caixa, a Apple seria uma das únicas gigantes de tecnologia com recursos para comprar a Disney, e a chance de conseguir a aprovação federal para o acordo. Outras titãs como a Amazon, que recentemente adquiriu a MGM e já tem um serviço de streaming forte, teriam mais dificuldade neste último campo.

Ainda assim, há muitos que descartam tudo isso porque a Apple não tem mostrado interesse nesse tipo de aquisição. A Apple tem se aventurado cautelosamente na produção de filmes e séries originais, e até hoje prefere firmar parcerias com outros estúdios. É o caso com seus dois maiores lançamentos de 2023; Paramount lançará Assassinos da Lua das Flores no cinema, Sony Pictures fará o mesmo com Napoleão. Depois, os títulos vão para o Apple TV+, cuja biblioteca tem aos poucos crescido com sucessos como Ted Lasso e Ruptura.