10 Melhores Filmes de 2022 (Até Agora)

10 Melhores Filmes de 2022 (Até Agora)

Aviões, multiversos e os melhores filmes do primeiro semestre

Guilherme Jacobs
1 de julho de 2022 - 10 min leitura
Notícias

O primeiro semestre de 2022 está oficialmente acabado. O clima foi de retorno ao cinema, de grandes produções e da volta de espetáculos vindos do mundo todo. Voltamos a assistir os maiores blockbusters nas maiores telas, mas também vimos coisas menores e profundamente idiossincráticas tomarem conta da conversa. Entre multiversos, aviões, super heróis e pandas vermelhos, estes são os 10 melhores filmes do ano (até agora).


AMBULÂNCIA: UM DIA DE CRIME (Disponível em VOD)
- Michael Bay está de volta com seu trabalho mais insano, cinemático e veloz até hoje: Ambulância - Um Dia de Crime combina uma fotografia elétrica com uso inacreditável de drones com o estilo clássico de Bay. Explosões, sweeps, tiroteios insanos e muito mais. Com Jake Gyllenhaal e Yahya Abdul-Mateen II convencem numa empolgante perseguição nem um pouco realista mas totalmente divertida.


AFTER YANG
- Filmes gostam de romantizar memórias. Seja através de celebrações nostálgicas ou exploração de traumas, é comum ver momentos inesquecíveis na vida de personagens (reais ou fictícios) sendo dramatizados para criar uma conexão com a audiência, nos convidando a enxergar nossa própria vida através dessas lentes cinematográficas. A realidade é diferente. Por alguma razão, a maior parte daquilo que memorizamos pode, à primeira vista, parecer aleatório. É nosso rosto no espelho num dia específico, o jeito com o qual o sol iluminou uma rua, o visual de uma comida, alguém que amamos sorrindo, uma parede na qual nos perdemos em pensamentos, o horizonte cinzento à distância numa viagem. After Yang, o novo drama do diretor e artista Kogonada e da A24, reconhece isso tudo. Dentro do contexto correto, um conjunto de lembranças rotineiras e cotidianas pode significar tudo. Crítica completa.


BATMAN (HBO Max)
- O que é encantador em uma geração de filmes de heróis é a forma como eles representam diferentes momentos de público e autores. The Batman é parte deste momento, vindo depois de uma série de franquias de sucesso, faz parte de uma e aterrissa nos cinemas após uma pandemia devastar o planeta. Mais interessante ainda é que o filme impõe a si a responsabilidade de apagar completamente o que há no universo criado pela Warner nos últimos dez anos, ignorando não só a mitologia como a forma de construí-la. E além da execução de primeiro nível que Matt Reeves traz, há também um equilíbrio saudável entre a devoção ao material de origem e a assinatura dos criadores envolvidos. Crítica completa.


DECISION TO LEAVE - O que é Decision to Leave, o novo filme de Park Chan-wook (Oldboy, A Criada)? Será uma história de investigação romântica, ou um romance investigativo? O fenomenal diretor sul-coreano constrói algo único com seu primeiro longa-metragem em seis anos - uma obra que não combina os dois gêneros tanto quanto os unifica, deixando as pistas do assassinato e os olhares apaixonados se tornarem um só. Aqui, o “vai ou não vai” diz respeito ao casal principal e a resolução do caso. Corações se partem não só pela culpa criminosa, mas também - ou ainda mais - pela culpa mentirosa. Chan-wook retrata essa maravilhosa combinação na primeira interrogação (ou primeiro encontro) do detetive sul-coreano Hae-joon (Park Hae-il) e a enfermeira chinesa Seo-rae (Tang Wei), suspeita de ter assassinado seu marido, um agente de imigração da Coreia do Sul muito mais velho. O corpo do homem foi encontrado no pé de uma montanha depois de cair para sua morte. Chan-wook captura essa interação inicial entre policial e suspeita quase como uma comédia romântica, enquadrando seus rostos no centro da tela e alinhando os olhares. Eles pedem comida, contam histórias, olham fotos, descobrem suas peles. Como um futuro casal nos momentos preliminares de um relacionamento, há nervosismo e empolgação. A atração é magnética. Crítica completa.


O HOMEM DO NORTE - O Homem do Norte mostra Eggers se mantendo fiel à natureza de fábulas presentes em seus últimos dois filmes. Menos prosa e mais poesia, seus trabalhos derivam sentimentos do contraste. O diretor povoa a tela com atores de maneira quase teatral, encontrando o lugar perfeito de cada um na composição das cenas, mas aliado a este olhar elaborado que vê a tela como palco está uma persistência em nos imergir - ou melhor, nos empurrar sem muita educação - nestes mundos. A beleza artística da direção é contraposta pela coragem e audácia do diretor em não cortar para longe nos momentos mais brutais. Olhe para a tela e veja os artistas perfeitamente posicionados num cenário impecável. Agora, assista enquanto eles morrem. Crítica completa.


TOP GUN: MAVERICK (Em cartaz) - Esse filme é, de cabo a rabo, de Tom Cruise. Não sei nem se "atuação" é a palavra adequada para descrever seu trabalho aqui. Ele está simplesmente sendo Tom Cruise. E podemos reclamar? Cruise é o corpo e alma de Maverick, suas visões informam não só o texto mas também o contexto no qual esse blockbuster se encontra, seu sorriso e olhar transcendem a tela para atingir a audiência e sua presença é o principal atrativo do show. Não entenda errado; ele é ótimo aqui. Numa cena em específico, ele faz um trabalho que seria digno de "clipe do Oscar" caso a Academia tivesse a coragem de indicá-lo, mas durante toda a obra, Cruise entrega exatamente o tipo de performance carismática necessária para ancorar esse porta-aviões monumental. Não importa o quão alto nas nuvens tudo esteja, ele é capaz de nos trazer de volta para o chão e pousar com segurança. Crítica completa.


TRIANGLE OF SADNESS - Ruben Östlund já é uma comodidade conhecida em Cannes. Vencedor do prêmio da categoria Un Certain Regard com Force Majeure e da Palma de Ouro com The Square, o perspicaz diretor sueco retornou ao Festival este ano com o excepcionalmente divertido e comicamente desconfortável Triangle of Sadness. O título se refere à área entre as sobrancelhas, onde o nariz termina, e ao triângulo formado nela quando uma pessoa franze a testa. Esse é um dos motivos frívolos pelos quais Carl (Harris Dickinson) perde um trabalho como modelo masculino, e revela os interesses do cineasta nessa nova comédia de absurdos. Crítica completa.


TUDO EM TODO LUGAR AO MESMO TEMPO (Em cartaz) - Apesar do título mais amplo de todos os tempos, esse filme é profundamente específico em sua representação de dilemas de imigração, de crises de meia idade, e também na direção dos Daniels, que aqui se estabelecem como os diretores mais emblemáticos de sua geração ao criarem algo não parecido com um quadro meticulosamente pintado, mas sim um foguete em movimento como um GIF, um videogame ou um anime. Uma mistura de imagens, cores, sons e efeitos especiais com a criatividade infinita de uma geração criada em universos passando por constantes mudanças. Crítica completa.


RED: CRESCER É UMA FERA (Disney+) - Talvez o maior mérito da Pixar seja sua capacidade de tratar de temas complexos com simplicidade - seja a morte em Viva - A Vida é uma Festa, emoções em Divertida Mente ou o próprio propósito humano em Soul. O estúdio consegue abordar assuntos difíceis de maneira compreensível para crianças e cativante para adultos. Com Red: Crescer é uma Fera - terceira animação consecutiva do estúdio sendo lançada no Disney+ (nesta sexta, 11 de março!), a diretora Domee Shi encara o maior desafio da casa até hoje: puberdade. Surpreendentemente (ou não?), a cineasta e sua equipe o fazem de forma brilhante. Crítica completa.


RRR (Netflix) - Se você nunca viu um filme indiano até hoje, agora é a hora de mudar isso. Deixe qualquer preconceito de lado e aproveite o espetáculo que é RRR (Rise Roar Revolt), um fenomenal blockbuster de ação, um musical e uma genuína história de amizade. Acompanhando dois revolucionários indianos durante o governo do império britânico, usando efeitos especiais de uma maneira criativa (a câmera lenta deixa Zack Snyder na poeira) e construindo sequências de ação emblemáticas, RRR é obrigatório.

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