
What If: Episódio 7 - Crítica do Chippu
A série (e Thor) só quer se divertir

Crítica
Este texto contém spoilers de "E Se... o Thor fosse filho único?", sétimo episódio de What If...?
Se What If...? permite episódios de suspense ou terror, por que não também comédia? O penúltimo capítulo desta primeira temporada, batizado de "E Se... o Thor fosse filho único?" mostra uma versão do Thor (Chris Hemsworth) criada sem seu irmão adotivo Loki (Tom Hiddleston) ao lado. Descobrimos, então, como o deus da trapaça era a fonte de grande parte da diversão (e limites) do deus do trovão, e como em sua ausência, o dono do Mjolnir precisou encontrar outras formas de se divertir. Que tal festas intergalácticas?
A mais nova delas é na Terra, e todos estão convidados. Yondu (Michael Rooker), Nebulosa (Karen Gillen), Grandmaster (Jeff Goldblum) e Korg (Taika Waititi) são algumas das figuras espaciais cujo destino se torna Las Vegas ao serem convidadas para perder o controle e curtir a vida. Entretanto, quando as pessoas perdendo este controle são superpoderosas, num planeta de humanos normais, a situação fica perigosa. Alertada pelas Dras. Jane Foster (Natalie Portman) e Darcy Lewis (Kat Dennnings), Maria Hill (Cobie Smulders) traz a SHIELD para a cidade do pecado numa tentativa de conter a situação, eventualmente pedindo ajuda à Capitã Marvel (Alexandra Daniels).
Em termos de enredo, é basicamente isso. Mais coisas acontecem e revelações sobre este mundo diferente são feitas - Loki é mesmo um gigante de gelo e é grande amigo de Thor - mas boa parte do episódio consiste de uma série de piadas criativas e engraçadas com a situação absurda na qual esses personagens se encontram. Talvez a melhor seja quando Howard, o Pato (Seth Green) começa a dar em cima de Darcy, resultando numa cena cômica. A personagem de Dennings, sempre um ponto alto de produções do MCU como Thor: O Mundo Sombrio e WandaVision, aliás, se torna um par inesperado e perfeito para comédia quando está ao lado de Carol Danvers.
Falando na Capitã Marvel, é no mínimo curioso ver este episódio de What If a posicionando como a chata do rolê, ou a mela festa, como Thor coloca numa piada. Não é incomum ver fãs criticando a abordagem da personagem no MCU como cansativa e enfadonha, sempre séria e com uma atitude de superioridade desmerecida aos olhos de quem assistiu os filmes (mas não fale isso para Léo Botelho, coapresentador do nosso podcast). Quando a SHIELD traz a heroína para a Terra literalmente para estragar a farra, os roteiristas da série parecem estar fazendo um comentário metalinguístico sobre a natureza dela.
Seu arco de desenvolvimento, inclusive, é concluído quando a heroína relaxa e decide quebrar as regras depois do fim da festa, preferindo ganhar um aliado a continuar sendo rigorosa. Paralelamente, ela (com socos) e Jane Foster (com planos) conseguem abrir os olhos do Thor para sua responsabilidade e capacidade para liderar, além de deixar claro o poder do deus do trovão. São arcos de personagem básicos e, honestamente, não há muito para conversar aqui. What If, assim como a festa central desta narrativa, foi simplesmente divertido.
O formato de antologia, animação e universos alternativos permite coisas assim. Em uma série live-action, capítulos inteiramente dedicados à comédia, piadas e diversão poderiam ser criticados por fãs cuja atitude é semelhante à da Capitã Marvel, mas aqui, em meio a centenas de conceitos e ideias diferentes apresentados ao longo de uma temporada em grande parte sombria, com vários episódios centrados na morte de Vingadores, o momento de parar e curtir foi bem-vindo e merecido.
Agora, What If caminha para seus últimos dois episódios e o final deste capítulo parece apontar para quem será o último adversário dos Guardiões do Multiverso; uma versão do Visão com armadura do Ultron, um exército de robôs e as Joias do Infinito. Ele já apareceu em pôsteres e cartazes. Se eu tivesse que chutar, diria que próxima semana veremos sua história, e depois, para concluir a temporada, seu confronto contra Capitã Carter, T'Challa, Doutores Estranhos e mais.

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