WandaVision: Episódio 4 - Crítica do Chippu

WandaVision: Episódio 4 - Crítica do Chippu

Os segredos de WandaVision são revelados

Guilherme Jacobs
29 de janeiro de 2021 - 6 min leitura
Crítica

O texto a seguir contém spoilers do Episódio 4 de WandaVision


Estamos basicamente na metade do caminho da primeira temporada de WandaVision, então estava na hora de começarmos a ter algumas respostas concretas. O quarto episódio da série da Marvel no Disney+ serve essencialmente para isso. Com ele, descobrimos o que está acontecendo. Muito já podia ser inferido por conta das pistas do último capítulo, mas mistérios não são suficientes para manter uma narrativa interessante para sempre. Eventualmente, você precisa mostrar o que está debaixo dos panos e focar nos personagens.


Desde a primeira cena, fica claro que nossos olhos agora serão direcionados para além do casal principal - Wanda (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany). Começando com Monica Rambeau (Teyonah Parris) com uma cena incrível que é, tranquilamente, o momento mais eletrizante da série até agora. Descobrimos que ela foi apagada com o estalo de Thanos e, assim como metade do universo, só retornou após cinco anos. A questão mais interessante, entretanto, não é quando, mas onde ela estava quando voltou à vida. Seu retorno se deu no hospital onde sua mãe - Mara Rambeau, fundadora da SWORD e colega de Carol Danvers - estava internada com câncer.


O que torna a cena tão cativante é que ela funciona quase como um filme de desastre, mas revertido. O que acontece quando todo mundo volta à vida de uma vez, especialmente num local tão delicado e com recursos limitados quanto um hospital? E assim começamos a desenvolver a mais personagem interpretada por Parris. Ainda há muito caminho para andar com ela em termos de desenvolvimento - precisamos saber mais de sua personalidade, inseguranças, desejos, etc. - mas foi refrescante mudar de marcha e sair das sitcoms um pouco.


Eventualmente, vemos como Rambeau foi investigar Westview e acabou dentro do mundo criado por Wanda. Então, a série troca de roupa e passa a focar na operação da SWORD ao redor da cidade, com ênfase em outra personagem feminina já conhecida dos fãs do MCU, a cientista Darcy Lewis (Kat Dennings), parte dos filmes de Thor. É quando o episódio toma um tom muito familiar para quem curte os filmes da Marvel. É comédia, mas não sitcom.


O que torna esse universo tão divertido é ver os personagens interagindo, normalmente com muito humor, um com o outro. Já ouvi o MCU descrito como "Friends mas com heróis." A segunda metade do capítulo desta semana de WandaVision, então, podia ser adjetivado de "Friends mas com a SWORD", e Dennings é a representação da audiência lá, comentando os "episódios" que Wanda criou, teorizando como nós fazemos no Twitter depois de assistir e comentando sobre como a situação toda é bizarra. É o mais próximo que a Marvel chegou de quebrar a quarta parede, e o tom cômico de Dennings é um tiro certeiro para fazer isso. Ela sempre foi uma das melhores partes de Thor: O Mundo Sombrio, e foi um prazer tê-la de volta.


Como um todo, o Episódio 4 é basicamente exposição. A Marvel normalmente é muito boa de fazer diálogos expositivos de certa qualidade, contando com economia de palavras e humor para não torná-los cansativos demais. Aqui, essa fórmula aparece Observe a cena de Rambeau e o comandante da SWORD conversando sobre o estado da agência e a natureza de suas missões. São minutos usados com muito cuidado e eficácia. Essa meia hora vai te lembrar mais do que resto das produções do estúdio do que a paródia sitcom que vimos na série, se isso é algo bom ou ruim depende do quanto você curte "a fórmula."


Os momentos com Wanda e Visão esta semana foram poucos, mas serviram para reforçar o que vimos até aqui. A Feiticeira Escarlate está claramente tentando criar uma realidade onde tudo é perfeito, começando com a existência do seu falecido amor. Ainda não sabemos o que aconteceu para que o Visão existisse, mas em um certo ponto ela o vê sem cores e com a testa destruída - assim como Thanos o deixou - e é como ver um zumbi falando. É uma visão (ha!) eficaz para lembrar a audiência de que, acima de tudo, WandaVision é sobre o luto de uma personagem.


Mas seja lá como esse Visão veio a existir, ele está começando a perceber que algo está errado. Seus olhares já suspeitam. Suas falas demonstram uma preocupação que não estava lá nos primeiros minutos de WandaVision. Eventualmente, a ilusão vai cair.

Nota da Crítica
Guilherme Jacobs

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