The Mandalorian: The Marshall - Crítica do Chippu

The Mandalorian: The Marshall - Crítica do Chippu

Como foi o começo da nova temporada da série da Disney+?

Guilherme Jacobs
30 de outubro de 2020 - 5 min leitura
Crítica

Toda semana, o Chippu vai publicar uma crítica e recap do episódio novo de The Mandalorian. Por se tratar de um texto que vai recapitular o episódio além de analisá-lo, teremos spoilers.

Dave Filoni e Jon Favreau sabem o que fazem. Isso já estava claro com o excelente trabalho da dupla na primeira temporada de The Mandalorian, mas a estreia do segundo ano da série que nos deu o Baby Yoda - com o episódio "The Marshall" - só reforçou o fato. Com o capítulo mais longo do programa até aqui, The Mandalorian volta ao clima de faroeste para que avançar a história ao mesmo tempo que dá aos fãs o que eles querem - mais dos Mandalorianos.

A primeira temporada se encerrou com o gancho de que o Mandaloriano iria procurar pelo universo outros de sua crença para descobrir, através deles, o paradeiro dos Jedi. Após uma rápida introdução num ringue de lutas, somos levados à Tatooine novamente com informações de alguém usando uma armadura de Mandalore lá. Não é preciso ser nenhum expert de Star Wars para entender que isso está nos levando para Boba Fett, cujas botas fizeram uma rápida aparição em um dos episódios anteriores.

Mas Filoni, que também criou Star Wars: The Clone Wars e Rebels, sabe que melhor do que fanservice é uma boa história. Ao chegar em Tatooine, o Mandaloriano rapidamente localiza a cidadezinha onde a outra armadura foi vista - sua chegada lá é uma cena que podia se encaixar em milhares de faroestes, só que com naves e não cavalos. E sim, é a armadura usada por Boba Fett, e vê-la pela primeira vez me fez prender a respiração. Em uma franquia com tantos visuais icônicos, essa armadura ainda detém um poder especial.

Só que ela não está sendo usada por Boba Fett, mas por Cobb Vanth (Timothy Olyphant), um xerife local que a comprou de alguns Jawas e usa-a para defender a cidade do Povo da Areia. As tensões entre Cobb e o Mandaloriano estão prestes a aumentar quando o local é atacado por um dragão krayt. A brilhantia do episódio começa a ficar clara a partir daí. Para obter a armadura sem derramar sangue, nosso protagonista resolve ajudar Cobb a derrotar o dragão. Mas para conseguir, eles terão que se aliar ao Povo da Areia.

É uma típica ideia de westerns. O estrangeiro (Mandaloriano) juntando o povo da cidade (Cobb e seus protegidos) com os nativos (Povo da Areia) em uma aliança incerta mas necessária. Nesse processo, Filoni e Favreau, que dirigiu o episódio, conseguem avançar todas as histórias, dar aos fãs algumas piscadelas e aprofundar os mistérios da série ao mesmo tempo. Ver os inimigos se ajudando para derrotar o dragão poderia ter rendido mais cenas onde os grupos diferentes se entendem mais, mas a recompensa de vê-los trabalhando juntos na luta final é enorme, particularmente quando as duas armaduras de Mandalore presentes entram em ação com seus jetpacks.

E assim, de forma não forçada e natural, entendemos mais do que aconteceu com Boba Fett - se ele está definitivamente morto ou não ainda não sabemos, mas sua armadura foi encontrada - avançamos a busca do Mandaloriano pelos seus próximos e temos uma bela história local de Star Wars, em Tatooine. Essa é a fórmula que tanto funciona para a série. Ela está preocupada com a mitologia, mas sabe dosá-la sem comprometer o roteiro da semana. Torçamos para que continue assim.

Especulação da semana: Ao final desse episódio, vimos a primeira pista do personagem Temuera Morrison, que interpretou Jango Fett em Ataque dos Clones. Jango está morto, então quem é ele? Boba Fett? Comandante Rex? Outro clone? Aguardemos.

Nota da Crítica
Guilherme Jacobs

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