The Last of Us enfim dá espaço ao relacionamento entre Joel e Ellie no quarto episódio - Crítica com Spoilers

The Last of Us enfim dá espaço ao relacionamento entre Joel e Ellie no quarto episódio - Crítica com Spoilers

Capítulo mostra a força da química entre Bella Ramsey e Pedro Pascal em mais uma adaptação repleta de mudanças

Bruno Silva
6 de fevereiro de 2023 - 5 min leitura
Crítica

A série de The Last of Us chegou ao seu quarto episódio em um cabo de guerra no que diz respeito ao tempo em tela dividido entre a dupla de protagonistas, Ellie (Bella Ramsey) e Joel (Pedro Pascal), e o estelar elenco de coadjuvantes que roubou a cena até aqui. Essas decisões criativas elucidaram alguns mistérios que nem o jogo respondeu e nos entregaram uma das melhores horas de televisão em 2023, mas é curioso constatar que, é a partir de agora que vemos, de fato, a dupla formar laços.

O quarto capítulo da série da HBO ganha contornos de filme de estrada, no qual Ellie e Joel passam a finalmente se conhecer, ainda que a desconfiança gire em torno da relação, na qual o contrabandista continua tratando a garota como uma “mercadoria”, parte da promessa que fez a Tess (Anna Torv) no final do segundo episódio.

É a primeira vez desde o início da série que podemos entender por que Ramsey e Pascal foram escolhidos para seus papéis, pois a química entre os dois atores é ótima na construção do relacionamento entre seus personagens, desde seu início regado a piadas ruins e a curiosidade inocente de Ellie com o mundo externo, tanto o atual, quanto o do passado, cujas marcas estão espalhadas através do caminho que ambos precisam percorrer.

A perda dessa “inocência”, inclusive, é um dos grandes destaques do episódio, tal qual o momento da história equivalente no jogo. Durante a travessia, a dupla se depara com um caminho bloqueado, que os força a entrar em uma cidade. Aquilo era nada mais do que uma emboscada para viajantes que custa a Joel e Ellie o carro de Bill. A pé e em território hostil, ambos são forçados a confiar ainda mais um no outro para seguir adiante.



O ponto de virada dessa relação acontece na metade do episódio, quando a série antecipa um momento do jogo em que Joel é pego de surpresa por um gângster e está prestes a ser enforcado, mas tem a vida salva por Ellie, que utiliza a arma que pegou escondida de Bill contra o agressor. O acontecimento também simboliza a primeira vez que Ellie tira a vida de outro ser humano e entende, de forma plena, a crueldade do mundo que a circunda.

Mas esta não é a única alteração importante que Craig Mazin e Neil Druckmann promovem na adaptação, que coloca novos atores em cena para criar antagonismos necessários em mais um segmento da adaptação que, na obra original, era repleto de segmentos jogáveis. Pittsburgh dá lugar a Kansas City, uma cidade a mais de mil quilômetros a oeste, onde vemos uma milícia local (ou um movimento revolucionário, a depender do ponto de vista) tomar o controle da zona de quarentena das mãos da FEDRA.

A comandante do movimento, Kathleen, é uma mulher ferida pelo regime ditatorial da zona de quarentena que a colocou não só como condutora de uma revolução, mas também uma figura implacável em busca de vingança, cujas atitudes ficam ainda mais impressionantes com o contraste do semblante naturalmente sereno da atriz Melanie Lynskey, que vem se especializando em papéis fortes em dramas. Naturalmente, os emboscadores de Joel e Ellie faziam parte deste grupo, o que coloca a cidade inteira contra a dupla.

Mas, no fundo, o objetivo de dar um rosto à milícia não identificada no game é um só: colocar nossos protagonistas no caminho dos coadjuvantes da vez, os irmãos Henry (Lamar Johnson) e Sam (Keivon Woodard). Henry colaborou com a FEDRA quando esta estava sob o controle da quarentena e, agora, é jurado de morte por Kathleen. Mas isso acaba ficando para o episódio seguinte, já que este capítulo se encerra justamente com o encontro dos dois.

Nota da Crítica
Bruno Silva

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