Power Rangers: Agora e Sempre, especial de 30 anos da série, é viagem nostálgica e cheia de emoção para fãs - Crítica do Chippu

Power Rangers: Agora e Sempre, especial de 30 anos da série, é viagem nostálgica e cheia de emoção para fãs - Crítica do Chippu

Com retorno de nomes clássicos, episódio homenageia sua temporada original (e mais famosa)

Bruno Silva
20 de abril de 2023 - 4 min leitura
Crítica

Um especial comemorativo de aniversário de uma franquia que definiu a infância da maior parte de seus fãs inevitavelmente terá de lidar com emoção. E Power Rangers: Agora & Sempre, episódio de uma hora produzido pela Netflix para comemorar os 30 anos da série nipo-americana de heróis coloridos, entende esse papel como poucos, fazendo dessa conexão nostálgica a sua maior qualidade.

O capítulo traz de volta os heróis originais, ainda que em uma formação inédita. Como é de costume em Power Rangers, os bastidores acabam ditando as circunstâncias da história, o que acabou colocando em tela atores das primeiras três temporadas da produção, que foi ao ar entre 1993 e 1995. Desta forma, pudemos ver nomes como David Yost e Walter Jones, os rangers azul e preto originais, contracenarem com nomes como Steve Cardenas, que assumiu o manto do ranger vermelho a partir do segundo ano, e Catherine Sutherland, ranger rosa que substitui Amy Jo Johnson na terceira temporada.

A própria trama é, por si só, uma situação em que a arte imita a vida, já que tudo começa com uma batalha fatídica entre os rangers e uma versão robótica da vilã Rita Repulsa na qual a ranger amarela, Trini, se sacrifica para salvar Billy (Yost), dando fim a uma personagem cuja intérprete, Thuy Trang, faleceu em 2001 em um trágico acidente de carro.



Um ano depois, Billy e Zack (Jones) se dividem na guarda da filha de Trini, a adolescente Minh (Charlie Kersh), que quer se vingar de Rita Repulsa a qualquer custo. A bruxa retorna à Terra para colocar um plano maligno em prática, capturando rangers de várias equipes, forçando a formação da equipe que vemos em tela.

Agora & Sempre é, acima de tudo, consciente de seu papel como uma obra feita para capturar a nostalgia. Trabalhando numa suspensão de descrença quase permanente, a série consegue trabalhar em um nível mais denso de gravidade no seu roteiro sem medo de parecer ridícula, ainda que os efeitos práticos e visuais sejam capazes de tirar o interesse de qualquer um menos iniciado no tokusatsu (o gênero de obras japonesas da qual vem Super Sentai, a franquia que deu origem a Power Rangers).

Esta é a sensação quando vemos Billy e Zack, que ganham foco nesta produção, quando tentam ajudar Minh a resolver os dilemas morais que vem de seu desejo de buscar uma reparação contra Rita Repulsa.

O ponto alto, como sempre, está nas coreografias de luta, que não deixam a desejar tanto em relação ao que se viu nas temporadas originais quanto a de outros filmes e séries de super-herói que contam com muito mais milhões em caixa.

Com um orçamento mais farto em relação ao padrão de Power Rangers, o especial também sabe utilizá-lo para trabalhar mais a câmera em sequências de ação, trazendo passeios nos enquadramentos que fogem das tomadas econômicas e reutilização de sequências que predominam em qualquer temporada da série.

Falando nisso, a produção tem um charme especial ao recriar, com maior valor de produção, sequências clássicas como a transformação dos heróis ou a inevitável batalha de monstros gigantes contra o robô Megazord.

Mais do que outros especiais comemorativos da franquia, Agora & Sempre tem um propósito claro de celebrar a sua comunidade, e o faz com louvor. Caso você não tenha tido contato com Power Rangers nos últimos trinta anos, esta é uma boa janela para o passado, embalada em boas doses de nostalgia e computação gráfica atualizada.


3/5

Nota da Crítica
Bruno Silva

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