Obi-Wan Kenobi - Crítica do Episódio 1 e 2

Obi-Wan Kenobi - Crítica do Episódio 1 e 2

Obi Wan replica prequels em defeitos e virtudes com um novo e encantador Kenobi

Thiago Romariz
27 de maio de 2022 - 4 min leitura
Crítica


O intervalo entre o Episódio 3 e o Episódio 4 de Star Wars esconde um bom período da história de Obi Wan Kenobi, Mestre que treinou Anakin Skywalker e protege Luke até a adolescência. Conhecido somente por fãs que consumiram o universo expandido em outras mídias, esta parte da história do Jedi agora é abordada pela série do Disney Plus que carrega o nome dele e é estrelada pelo mesmo ator que o interpretou na trilogia prequel, Ewan McGregor.


Para muitos, como boa parte dos derivados de Star Wars, esta é mais uma iniciativa desnecessária. Contudo, se analisarmos os quase 20 anos que separam o fim e o começo das trilogias, há uma transformação severa no Obi Wan que vive nestes dois períodos - e por que não falar e mostrar mais sobre ele? O primeiro episódio, dirigido por Deborah Chow, traz exatamente este impacto e composição: um ermitão desolado e desacreditado no que um dia tanto representou.


Enquanto abraça essa nova faceta de Kenobi, que guarda a bondade para seu camelo e o senso de humor para o Jawa pilantra, a série traz o que há de melhor neste novo momento de Star Wars: uma revisão intensa, mas parcimoniosa de personagens clássicos. A descrença de Obi Wan, justificada pelos traumas que carrega, se assemelha a Anakin prestes a virar Vader e Luke quase sucumbindo à Kylo e Snoke - sabe-se, porém, que o final da história não é o mesmo.


Acontece que Obi Wan, o seriado, não é sobre isso 100%. Não nos seus dois primeiros episódios. No meio disso tudo, o roteiro opta por apresentar dois pontos importantes da trama: Leia e os Inquisidores. O primeiro ponto, uma surpresa, evoca imediatamente a estética e narrativa dos prequels dirigidos por George Lucas - os diálogos são quadrados, literais, as atuações caricatas e tudo parece ser uma grande peça de teatro espacial. Algo que não combina com a sutileza do ambiente de Obi Wan em Tatooine, por exemplo.


O que tem um bom resultado é a mistura da cafonice dos vilões com o perfil discreto do povo de Tatooine. Star Wars é conhecido pelos vilões bregas, de visual arrebatador e personalidade exagerada - essa é Reva e também o Grande Inquisidor, dupla que busca Kenobi de todos os jeitos pela galáxia. A falha, porém, está na hora de extrapolar a ameaça visual e falada para a ação - não funciona da mesma maneira.


Chow passa de um pega-pega em Tatooine até um pula-pula no telhado no segundo episódio sem moldar nenhuma urgência ou mesmo adicionar novidades aos personagens. Em todos os momentos de tensão com ação, aliás, Kenobi passa longe de ter a excelência que tem construindo esse Jedi sem fé ou mesmo a Leia rebelde - que mesmo que lembre o jovem Anakin na artificialidade da atuação, condiz com o propósito da personagem. O mesmo serve para Reva, obcecada por Obi Wan e provável sobrevivente do massacre da Ordem Jedi.


No fim destes dois primeiros capítulos, Obi Wan Kenobi mostra uma mistura do antigo e do novo Star Wars, ainda com um pé no passado, na caricatura de fantasia que tanto agrada os fãs das trilogias mais clássicas. É uma renovação do clima tão criticado nos anos 2000, mas sem o frescor narrativo de incursões mais recentes como Mandaloriano, Rebels ou Últimos Jedi. É um início equilibrado, mas que para a grandiosidade dos nomes envolvidos ainda deixa a desejar. Vamos ver como serão os próximos 4 episódios da série.

Nota da Crítica
Thiago Romariz

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