
É Assim Que Acaba: Blake Lively encanta e nos faz sofrer em romance devastador
Adaptação cinematográfica do sucesso de Colleen Hoover, o filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (8)

Crítica
Quando a adaptação cinematográfica de É Assim que Acaba, best-seller de Colleen Hoover, foi anunciada e começou a ser gravada, a apreensão dos fãs dominou as redes sociais. O elenco principal era dez anos mais velho que seus personagens, e as fotos dos bastidores mostravam uma caracterização de Blake Lively como a protagonista, Lily Bloom, que não agradou o imaginário dos leitores.
No entanto, quando o filme finalmente chegar aos cinemas nesta quinta-feira (8), provavelmente todo o receio vai se dissipar. É Assim que Acaba não só é extremamente fiel à história que o inspirou, como também funciona por conta própria como obra audiovisual. É um longa emotivo, com uma história intensa que promete comover qualquer um disposto a isso.
Na história, acompanhamos Lily, uma mulher de uma cidade pequena que se muda para Boston para realizar o sonho de abrir sua própria floricultura. Lá, ela conhece Ryle (Justin Baldoni) e inicia um relacionamento que parece perfeito, até ele começar a demonstrar comportamentos agressivos que ela via no próprio relacionamento dos pais. Em meio a isso, ela ainda reencontra seu antigo amor de infância, Atlas (Brandon Sklenar), que mexe com seus sentimentos.
Mas não espere um triângulo amoroso. É Assim que Acaba toma cuidado para não cair na romantização de Ryle tão criticada no livro de Hoover – mesmo que mude apenas pequenos detalhes. Baldoni, também diretor do longa, sabe construir sua narrativa para que o espectador tenha a mesma perspectiva da protagonista. A gente se apaixona por Ryle junto com Lily, duvida de suas atitudes iniciais e sente o medo dela quando seu temperamento atinge o ápice.
A perspectiva muda, no entanto, no momento necessário. Na sequência final, o filme faz questão de denunciar seu protagonista através de uma montagem de cenas que não deixa dúvidas sobre o que estava acontecendo. Há também uma leve correção sobre um aspecto ligado ao relacionamento abusivo que era criticado na cena final do livro.
Isso, é claro, é um mérito dobrado para Justin Baldoni. Para além da direção, ele entrega um Ryle que convence tanto como o maior galã do filme, quanto como seu grande vilão. De mesmo modo, Blake Lively traz toda a vitalidade, tagarelice e sorrisos de Lily Bloom, que vão se dissipando conforme ela enfrenta o relacionamento abusivo. E, assim, a decisão de escalar atores mais velhos se provou como certa.
Não que o elenco mais jovem esteja longe. Durante grande parte da história, acompanhamos a versão mais nova de Lily, vivida pela estreante Isabela Ferrer, que é assustadoramente parecida com Blake Lively. Até as vozes delas são iguais. Mais do que isso, Ferrer sabe usar a semelhança a seu favor e entregar uma versão de Lily que não destoa em nada de sua personagem mais velha, apenas na inocência da idade.
Talvez a única exceção aqui seja Brandon Sklenar. Como a maior parte do filme foca na versão mais jovem de Atlas (vivida por Alex Neustaedter), temos menos tempo para nos conectar com a versão atual do personagem. Em pouco tempo de tela, Sklenar sofre para entregar uma profundidade maior e também para provar sua química com Blake Lively.
De toda forma, É Assim que Acaba consegue entregar uma história comovente que mexe com os sentimentos do espectador e faz você sair do cinema reflexivo. O filme também pode ser um importante alerta para todos os sinais e evoluções de um relacionamento abusivo.

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